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Um porta-voz do conselho militar dos rebeldes sírios anunciou nesta segunda-feira que os insurgentes não estão mais comprometidos com o plano de paz de Kofi Annan, em vigor desde abril, mas que tem falhado em interromper a violência no país. O assassinato de 80 soldados no fim de semana seria a prova do abandono do acordo, após o vencimento de um prazo para que o presidente Bashar al-Assad parasse com a repressão até a última sexta-feira.

Nesta segunda-feira, o Observatório Sírio para Direitos Humanos disse que opositores mataram 80 soldados no fim de semana como retaliação às recentes matanças de civis. Insurgentes teriam contado ao grupo que assassinaram mais de cem agentes de segurança e destruíram tanques em vários pontos da Síria, incluindo Damasco e a província de Idlib. Nesta manhã, a imprensa oficial síria transmitiu o enterro de 30 militares que teriam sido mortos por rebeldes.

"Decidimos pôr fim ao nosso compromisso com isso (o plano de paz) e, a partir daquela data (sexta-feira), começamos a defender nosso povo", afirmou o major Sami al-Kurdi.

Na semana passada, alguns comandantes do Exército Livre Sírio disseram que estariam "livres de qualquer compromisso" com o plano de paz de Kofi Annan se Assad não interrompesse a violência no país até a última sexta-feira.

Kurdi afirmou que os rebeldes querem que a missão de observadores da ONU se transforme em uma "missão de paz" ou a comunidade internacional deverá tomar decisões mais "duras" e impor uma zona de exclusão aérea e uma zona tampão para ajudar os opositores a derrubar Assad.

Apesar da complicada situação no país, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou que o plano de paz de Kofi Annan continua a ser o ponto central para a resolução da crise síria. Ele pediu que, "em nome da humanidade", Assad pare com a violência imediatamente e inicie um diálogo político com seus opositores.

Putin foca em assuntos europeus para fugir de pressão sobre Síria

A primeira cúpula entre líderes europeus e Vladimir Putin, desde sua volta ao Kremlin, foi ofuscada pela crise na Síria. Países da União Europeia querem que Moscou use sua influência para deter o uso de armas pesadas por parte do governo do presidente sírio Bashar al-Assad.

O desejo da Rússia em manter relações estreitas com a Síria - um dos seus principais sócios comerciais - e a postura de Putin no conflito foram os temas centrais no encontro desta segunda-feira. Moscou rejeita os esforços do Ocidente para condenar Assad e tirá-lo do poder, mas garante que não apoia nenhum dos lados do levante, que já dura 15 meses.

Assim como a UE, a Rússia diz apoiar o plano de paz de Kofi Annan, mas os países do bloco pedem que Moscou pressione Assad para que o cessar-fogo seja cumprido. Moscou nega defender Assad, mas é contra a saída do ditador do poder como condição para o diálogo político.

Na abertura da cúpula, no entanto, Putin se concentrou nas relações entre a Rússia e a UE e pediu a extinção do visto entre seu país e os membros do bloco. O presidente fez um apelo ainda para o fim dos esteriótipos por parte dos europeus.

"Temos uma boa chance de traçar nossas metas estratégicas neste documento e buscar um plano de longo prazo para a cooperação", disse Putin.

A postura do presidente russo foi elogiada pelo venezuelano Hugo Chávez, que acusou a Liga Árabe de apoiar o "império" americano.

Em resposta à crescente violência na Síria, a Suíça congelou mais de US$ 20 milhões pertencentes a altas autoridades do governo sírio, totalizando um total de mais de US$ 70 milhões de fundos bloqueados desde o ano passado.

Na TV, Assad nega autoria de massacre de Houla

Em rara aparição pública, Assad negou no domingo que o massacre em Houla - quando mais de cem civis, incluindo dezenas de crianças - tenha sido perpetrado por forças do governo e voltou a culpar estrangeiros e terroristas pelo conflito no país. O ditador ainda acrescentou que nem "monstros" seriam capazes de fazer o que aconteceu em Houla e que o país está enfrentando um "plano de destruição", organizado por inimigos que "trabalham para criar uma divisão sectária".

O ditador ainda negou que o problema sírio seja de ordem política, justificando que todas as medidas necessárias para deter a violência foram aprovadas por eles e pelos deputados.

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