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Bagdá – Enquanto as forças de coalizão mantêm cerca de 1,5 mil homens em ação na região de Samarra (norte de Bagdá) – a maior ofensiva desde a ocupação do Iraque em 2003 –, os grupos rebeldes tentam provar que ainda possuem domínio sobre seu país. Num desafio aos exércitos iraquiano e norte-americano, grupos ligados à violência sectária provocaram atentados que mataram mais de 70 pessoas nas últimas 24 horas.

Esse quadro de violência, que beira a guerra civil, se agrava com as dezenas de corpos de pessoas torturadas e executadas a tiros encontrados todo dia na capital, principalmente nas cidades de população mista xiita e sunita. Somente ontem, foram achados 12 cadáveres de pessoas chacinadas – 4 em Bagdá e 8 perto de Faluja, oeste da capital.

No pior atentado de ontem, um carro-bomba explodiu na entrada de um dos prédios do Ministério do Interior, que abriga uma unidade antiterrorista, matando 25 e ferindo mais de 35 pessoas. Não ficou claro quantos dos mortos e feridos eram funcionários do ministério. Um segundo carro-bomba explodiu perto de uma mesquita xiita no sudoeste de Bagdá. Morreram 6 pessoas e 20 ficaram feridas.

Apelo

Milhares de muçulmanos xiitas saíram ontem em cortejo pelas ruas de Bagdá, carregando os caixões de 17 xiitas mortos quarta-feira por extremistas sunitas quando retornavam para casa, depois de participar de uma peregrinação à cidade sagrada de Kerbala, ao sul de Bagdá.

"Acreditamos que a ocupação ilegal do Iraque pelas forças internacionais é a raiz da insegurança que leva a seqüestros e à tanta dor e sofrimento existentes hoje no Iraque", afirmou em Toronto, Canadá, Doug Pritchard, diretor do grupo Equipes de Promotores da Paz Cristãos. "A ocupação tem de terminar", acrescentou. A organização investiga denúncias de violação dos direitos humanos pelas tropas da coalizão.

O apelo se contrapõe à posição do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, que disse nesta semana que não pretende retirar as tropas do Iraque enquanto estiver no poder. O secretário de Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld, se recusou a determinar um prazo para a saída das forças norte-americanas.

Esquadrões da morte

A ONU solicitou ao Iraque que intervenha nas forças de segurança com intuito de desmontar supostos "esquadrões da morte" que operam internamente e que também investigue relatos sobre tortura em prisões do país.

Segundo o escritório de direitos humanos da ONU, foi registrado um grande número de execuções sumárias dentro e nas cercanias de Bagdá. Em janeiro, um grupo de 22 homens, com farda de policiais, foram detidos ao levar um homem que seria executado. Outros grupos estariam livres e operantes.

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