
Depois de ataques de rebeldes terem atingido ontem Bangui, capital da República Centro-Africana, o presidente François Bozizé deixou o país na manhã de ontem, segundo Maximin Olouamat, um membro da presidência, que se recusou a revelar o destino do presidente. Testemunhas relatam intenso bombardeio e tiros no centro de Bangui na manhã de domingo.
Os primeiros ataques ocorreram em dezembro do ano passado por todo o país, mas foram suspensos depois de líderes rebeldes assinarem um acordo de paz com o governo, em janeiro, para que Bozizé permanecesse na presidência até 2016.
O acordo foi rompido devido a acusações de que o Bozizé não cumpriu todas as promessas feitas. O grupo de rebeldes, conhecido como Seleka, pediu que ele enviasse de volta tropas sul-africanas que estavam ajudando o corpo militar do país. Outro pedido feito foi a integração de 2 mil combatentes rebeldes às forças armadas da República Centro-Africana.
Uma empresa de gerenciamento de crise sediada na Suíça, a Coverseas Worldwide Assistance, acredita que Bozizé tenha ido para o vizinho Congo. A cidade de Bangui está localizada no rio Oubangui, que separa os dois países. Contudo, o porta-voz do governo congolês, Lambert Mende, disse não ter nenhum conhecimento sobre se Bozizé cruzou a fronteira em direção ao Congo.
Ontem, Bangui ficou no escuro depois de combatentes interromperem o abastecimento de energia na cidade. "Para nós, não há outra solução além da saída de François Bozizé", disse Eric Massi, um porta-voz dos rebeldes, em entrevista concedida por telefone.
Bozizé chegou ao poder em 2003, após liderar um golpe de Estado, e seu mandato tem sido marcado por conflitos de grupos armados.



