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O que poderia levar dois homens alemães chamados Fritz e Daniel a se converterem ao islamismo e depois, de acordo com as investigações, planejar um ataque terrorista contra a sua própria terra? A prisão de três suspeitos de terrorismo quarta-feira - entre eles Fritz e Daniel - chocou os alemães, mas não é tida como uma surpresa para profissionais de segurança nacional, acostumados com casos em todo o mundo de novos islâmicos e que seguem a ideologia da Al-Qaeda. Outros dez suspeitos continuam sendo procurados, nesta quinta-feira , pela polícia local.

Eles variam de Richard Reid, o britânico preso nos Estados Unidos acusado de ocultar explosivos no sapato em um vôo da American Airlines, a John Walker Lindh, o chamado ''talibã americano'' por ter sido capturado no Afeganistão enquanto lutava ao lado do grupo fundamentalista.

Uma pesquisa holandesa feita com 242 radicais islâmicos presos na Europa mostra que 14 deles, ou 5,8%, se converteram ao Islã.

Dos três detidos esta semana, dois são alemães convertidos ao Islã, e o terceiro é um turco radicado no país europeu. Eles são acusados de planejar atentados devastadores com mais de 700 quilos de material para fabricar explosivos .

Especialistas dizem que a maioria das pessoas que se converte ao Islã faz por motivos espirituais, motivada pela fé universal. Além disso, a religião os fornece uma nova identidade, incluindo até um nome mulçumano.

Mas os estudos mostram que uma minoria dos que se converte ao Islã, adota a violência como uma saída para as suas frustrações.

- E essas pessoas têm vantagens por terem um perfil improvável para as forças de segurança. Com passaporte ocidental, elas podem se movimentar pelo mundo - disse o analista M.J. Gohel, da Fundação Ásia-Pacífico.

- O terrorista ideal para a Al-Qaeda é um homem louro, de olhos azuis, e com passaporte europeu ou dos EUA - afirmou Gohel.

- Isso é importante para mostrar que o terrorismo não nasce com o árabe ou com o islâmico. É uma opção política que não depende da cor da pele ou da etnia - explicou o especialista brasileiro em terrorismo Williams Gonçalves, em entrevista ao GLOBO ONLINE.

Muitos analistas acreditam que os recém convertidos tendem a se tornar extremistas ao tentar provar sua devoção à religião. A pouca cultura do islamismo os leva à vulnerabilidade e a uma distorcida crença.

- Eles querem mostrar aos grupos islâmicos que são profissionais lidando com o terror e lutando contra os incrédulos - disse Rolf Tophoven, chefe do Instituto Alemão para Pesquisas em Terrorismo e Segurança.

- É muito comum os recém-convertidos darem provas exaltadas de sua nova fé. É um perfil psicológico típico. E isso é geral. Não só do ponto de vista religioso - disse Gonçalves.

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