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Com a maior área metropolitana da América Latina, Cidade do México ainda não separa o lixo reciclável do orgânico | Creative Commons
Com a maior área metropolitana da América Latina, Cidade do México ainda não separa o lixo reciclável do orgânico| Foto: Creative Commons

Cidade do México - A Cidade do México quer que um dos mais confusos e maiores sistemas de coleta e reciclagem de lixo vire o mais ecológico da América Latina, senão do mundo em desenvolvimento.

Uma nova Comissão do Lixo trabalha para construir, nos próximos quatro anos, quatro centros de separação de última geração. O objetivo é reciclar, reaproveitar ou queimar e transformar em energia 85% do lixo produzido pela cidade – em comparação a apenas 6% do lixo da metrópole que é reciclado atualmente.

Se isso funcionar, colocará a caótica e poluída metrópole ao lado de San Francisco (EUA), da Holanda e de outros líderes da reciclagem, e tornará a Cidade do México a primeira no quesito entre as metrópoles do mundo em desenvolvimento, onde o porcentual de reciclagem médio se situa ao redor de 10%.

A Cidade do México não tem escolha. O governo federal propôs neste mês fechar o maior aterro da metrópole, ao argumentar que o depósito de 50 milhões de toneladas de lixo está muito cheio e ameaça a população. Cientistas contestaram a medida e o fechamento foi adiado porque a municipalidade fez um apelo a um tribunal federal. Mesmo assim, os funcionários que trabalham em coleta e reciclagem sabem que em breve a maior área metropolitana de América Latina precisará adotar alternativas mais caras e paliativas para armazenar o lixo.

Será preciso mais do que a tecnologia para reciclar muito das 12,5 mil toneladas de lixo que a metrópole produz por dia. Como em outras partes do mundo em desenvolvimento, os moradores da Cidade do México não estão acostumados a separar o lixo que pode ser reaproveitado dos resíduos orgânicos.

A prefeitura começou a pedir aos moradores que fizessem a separção em 2003, mas sem providenciar a infraestrutura para receber ou reciclar os detritos. Cerca de 90% dos caminhões que fazem a coleta não têm compartimentos separados para lixo orgânico e não orgânico. Treze estações de transbordo deveriam fazer esse trabalho, mas no final de tarde, há poucos dias, três homens colocavam, em uma mesma sacola, restos de plantas com copos de plástico usados.

É nesse ponto que a economia informal entra em cena. Oficialmente, o sindicato dos trabalhadores na coleta de lixo na Cidade do México tem 17 mil trabalhadores formais e 8 mil informais. Alguns que têm veículos e outros voluntários fazem dinheiro coletando objetos descartados dos moradores ou latas de alumínio.

A Comissão do Lixo pretende substituir o aterro e o sistema existente com novos centros de processamento – cada um ao custo de US$ 13 milhões – que até 2012 reciclarão 20% do lixo na Cidade do México, transformarão em adubo outros 20%, que são orgânicos, e queimarão 45% para transformá-los em energia.

O governo também pretende extrair gás metano do lixão da capital federal e transformá-lo em energia para mover o metrô e fornecer eletricidade às residências.

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