O julgamento do ex-presidente egípcio Hosni Mubarak por seu suposto envolvimento na morte de manifestantes durante a revolução que acabou com sua derrocada em fevereiro de 2011 recomeçou nesta segunda-feira em um tribunal no Cairo.
A TV estatal egípcia exibiu imagens da chegada do helicóptero que transportou Mubarak do hospital militar onde está internado até a Academia da Polícia, onde foi montada uma sala especial para o julgamento.
Um dos advogados da acusação, Ramadan Fathala, afirmou à Agência Efe que na audiência desta segunda-feira está previsto o comparecimento de sete generais do Ministério do Interior da Presidência de Mubarak, entre eles o atual chefe dos serviços secretos egípcios, Murad Muafi.
Fathala indicou que a corte decidiu reduzir o número de testemunhas, estimada em 1,6 mil, para que a sentença possa ser emitida em março.
Um relatório elaborado por vários juristas entregue à Procuradoria Geral do Egito elevou em abril para ao menos 846 o número de manifestantes mortos e para 6.467 os feridos na revolução egípcia, iniciada em 25 de janeiro e que terminou em 11 de fevereiro com a queda do regime de Mubarak.
Mubarak, que sofreu ataque cardíaco durante interrogatório judicial em 12 de abril, está hospitalizado em uma instituição militar na estrada que liga a capital a Ismaília, próximo ao Canal de Suez, e assistiu a todas as sessões do julgamento deitado em uma maca.
O julgamento contra o ex-presidente, seus dois filhos, Alaa e Gamal, o ex-ministro do Interior Habib al Adly e seis de seus assessores estava suspenso desde 30 de outubro por uma demanda dos advogados da acusação, que pretendiam recusar os juízes encarregados do caso.
No entanto, o pedido da acusação foi rejeitado em dezembro, e as sessões do processo contra Mubarak retomadas em 28 de dezembro.
-
Um guia sobre a censura e a perseguição contra a direita no Judiciário brasileiro
-
O “relatório da censura” e um momento crucial para a liberdade de expressão
-
Braço direito de Moraes no STF já defendeu pena de morte e é amigo de Val Marchiori
-
Três governadores e 50 parlamentares devem marcar presença no ato pró-Bolsonaro de domingo
Deixe sua opinião