O referendo na Califórnia pode se transformar em um pesadelo para o presidente do México, Felipe Calderón. O debate sobre a legalização da maconha ganhou, nos últimos meses, o apoio de intelectuais e de políticos mexicanos e, caso a proposta de legalização vença, Calderón será pressionado a reconsiderar sua estratégia de combate ao narcotráfico. "Perderia muito o sentido continuar combatendo no México uma droga descriminalizada em um importante território do principal mercado consumidor. A longo prazo, aumentaria também a pressão interna pela participação de uma nova fonte de recursos", avalia o economista Gerardo Esquivel, pesquisador do Colegio de México.
Estima-se que os cartéis mexicanos faturem entre US$ 10 bilhões e US$ 25 bilhões com o tráfico para os EUA. O lucro obtido com a maconha responderia a 60% desta quantia, segundo a Casa Branca, e entre 15% e 26% de acordo com um estudo do Instituto Rand, de Los Angeles.
Com a legalização na Califórnia, o impacto no lucro dos traficantes no México seria apenas de até 4%, segundo o Instituto Rand, mas a redução poderia ser maior com o aumento do cultivo na Califórnia e seu contrabando para outros estados norte-americanos.
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