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América do Sul

Reforma da Venezuela é ideologia pura

Manifestantes contrários à lei do ensino aprovada pela  Venezuela: inspiração cubana seria prejudicial | AFP
Manifestantes contrários à lei do ensino aprovada pela Venezuela: inspiração cubana seria prejudicial (Foto: AFP)

No melhor estilo autoritário, o presidente venezuelano Hugo Chávez aprovou a nova lei de Edu­­cação do país às pressas, na noite do dia 13 de agosto. Os ma­­nifestantes contrários que tentaram entregar um documento crítico ao projeto foram dispersados com gás lacrimogêneo quando tentavam se aproximar do Parla­­mento.

O objetivo da reforma é garantir que o ensino esteja enraizado na doutrina bolivariana – um conceito difuso encabeçado por Chávez e inspirado no libertador de vários países sul-americanos, Simón Bolívar (1783-1830).

Na prática, as escolas perdem autonomia, ficando sob a supervisão de conselhos comunais que se assemelham a células do Par­­tido Socialista, de Chávez.

A educação se tornou laica, o que inclui a possibilidade de corte de subsídios para escolas administradas por igrejas.

Mas a reforma educacional é mais ampla, e não se limita ao en­­sino. Os meios de comunicação também foram limitados.

O governo passa a poder cercear anúncios publicitários que afetem a "saúde mental" do público ou "causem terror" entre crianças.

A reforma venezuelana está no forno de Chávez há quase uma década. Em 2002, três anos após as­­sumir o governo, houve a primei­­ra tentativa. O resultado foi um conflito político que contribuiu para o golpe que o tirou do poder por dois dias. Sete anos de­­pois, o presidente conseguiu seu objetivo, mas não sem protestos.

A inspiração por trás de tanta persistência vem do modelo cuba­­no de educação. "A reforma se ba­­seou em intercâmbios com Cuba, o que significa que ela não tem no­­me próprio, e sim uma ligação direta com ideologia", diz a professora de educação e cultura da universidade de San Buena­­ven­­tura, na Colômbia, Patricia Pé­­rez Morales. Por outro lado, o convênio inclui a ida de estudantes de medicina cubanos para trabalhar na Venezuela, o que tem sido in­­teressante para a população. (HC)

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