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Estátua de Lenin em Tiraspol, um dos vários resquícios da época de domínio soviético | Raul Sanchez/Efe
Estátua de Lenin em Tiraspol, um dos vários resquícios da época de domínio soviético| Foto: Raul Sanchez/Efe

Restrições

Desde que explodiu a crise na Ucrânia, Tiraspol negou a entrada a jornalistas ucranianos por medo de um contágio dos protestos de Kiev e fechou oito fóruns de internet nos quais os usuários expressavam livremente sua opinião. A população de Transnístria segue com interesse a situação na vizinha Ucrânia, ex-república soviética.

40 mil toneladasde armamento ficaram no território rebelde após a desintegração da URSS, embora o primeiro-ministro da Moldávia durante 1990 e 1991, Mircea Druc, sustente que "a maior parte já desapareceu". "E o que permanece está caduco", acrescentou. Calcula-se que ainda hoje restem na região 20 mil toneladas de armamento.

O enclave pró-russo da Transnístria, uma espécie de museu vivo sobre a época soviética situado entre a Moldávia e a Ucrânia, sonha em se transformar parte da Rússia seguindo a esteira da anexação em março da península ucraniana da Crimeia por parte de Moscou.

A Transnístria se autoproclamou independente após uma curta, mas cruel guerra com a Moldávia há 22 anos e, desde então, se encontra em um limbo geral, no qual a saudade pelos tempos nos quais fez parte da União Soviética não passa despercebida.

A foice e o martelo estão por as todas partes na capital, Tiraspol, inclusive no escudo e na bandeira, a temida polícia secreta segue chamando-se KGB e o Parlamento é o Soviete Supremo.

A região separatista surgiu com a desintegração da URSS, mas nunca conseguiu ser reconhecida por nenhum Estado, nem sequer pela Rússia, que tem ali 1,6 mil soldados, declarados como forças de pacificação encarregadas de custodiar antigos arsenais soviéticos. Uma terceira parte de seu meio milhão de habitantes são moldávios de língua romena, outro terço russos e o resto ucranianos.

Em 2006 foi realizado um referendo similar ao da Crimeia no qual 97,2% dos eleitores optaram pela independência e a adesão à Rússia, apesar de não ter fronteira comum, embora ninguém tenha reconhecido a consulta e nem sequer Moscou tenha reagido ao resultado.

"Queremos a independência e depois decidir que caminho tomar", explicou o ex-ministro das Relações Exteriores, Vladimir Yas­trebchak. Embora o apoio à Rússia seja majoritário, opositores criticam a falta de liberdade e um modelo econômico baseado no clientelismo, no contrabando e na corrupção.

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