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O Reino Unido anunciou nesta quinta-feira que "aumentará os controles" nos aeroportos e no terminal de trem do canal da Mancha para detectar possíveis casos de ebola entre passageiros vindos dos países mais afetados pela epidemia: Libéria, Serra Leoa e Guiné.

Estes controles, que serão aplicados nos aeroportos de Heathrow e Gatwick e nas estações do Eurostar, ajudarão a analisar o histórico de viagem dos passageiros e, em alguns casos, podem implicar exames médicos.

O Reino Unido responde assim ao alarme internacional causado pela propagação do ebola. Há apenas três dias o país havia descartado ampliar os controles fronteiriços adicionais por considerá-los desnecessários dado o baixo risco da ilha à epidemia.

No entanto, nas últimas horas aumentou a pressão do parlamento britânico para fim de introduzir medidas para tranquilizar a opinião pública.

No Reino Unido, os voos diretos para Guiné, Serra Leoa e Libéria, os países mais afetados pelo vírus, estão suspensos desde agosto, e os passageiros que veem destes países só podem entrar na ilha por outros territórios.

O governo britânico decidiu aumentar as medidas de controle após consultar o assessor médico do Estado, que recomendou esse "nível adicional de proteção para o Reino Unido", segundo um comunicado oficial.

As novas medidas incluirão "examinar o histórico de viagem recente dos passageiros, com quem estiveram em contato e para onde vão, assim como um possível exame médico, que será efetuado por equipes de saúde e não pelos agentes da alfândega", assinalou a nota.

"Os passageiros também serão assessorados sobre o que devem fazer se mais tarde desenvolverem sintomas", acrescentou.

Estas medidas ajudarão o Reino Unido a "detectar e isolar os casos de ebola", apesar de, ressaltou o governo, nenhuma iniciativa "pode oferecer proteção 100% em casos não sintomáticos".

"É importante lembrar que o risco para o público no Reino Unido continua sendo muito baixo, e que o Reino Unido tem um dos melhores sistemas de proteção da saúde do mundo, com processos comprovados para lidar com doenças infecciosas quando elas surgem", reforçou o comunicado.

O professor de microbiologia Peter Piot, membro da equipe internacional que em 1976 descobriu o vírus do ebola, disse hoje em entrevista à "BBC" que é "inevitável" a aparição de mais casos de ebola na Europa, apesar de ter descartado uma potencial epidemia porque o continente tem bons protocolos médicos.

O Reino Unido aumentou esta semana a ajuda às regiões da África Ocidental afetadas pelo surto do vírus, com o envio a Serra Leoa de 750 soldados, um barco-hospital e três helicópteros.

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