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Serguei Lavrov, ministro dos Assuntos Exteriores da Rússia | REUTERS/Maxim Zmeyev
Serguei Lavrov, ministro dos Assuntos Exteriores da Rússia| Foto: REUTERS/Maxim Zmeyev

O ministro dos Assuntos Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, disse hoje que Moscou não se nega a cooperar com a União Europeia, mas advertiu que as relações não voltarão a ser como antes.

"A União Europeia é nosso principal sócio coletivo. E ninguém pensa em dar um tiro no pé, em renunciar à cooperação com a Europa, mas todos compreendem que já é impossível ser como antes", disse Lavrov, segundo a agência RIA Novosti, numa reunião do Conselho de Política Exterior e de Defesa.

Ao mesmo tempo, o chefe da diplomacia russa disse acreditar que a Rússia e a Europa superarão a crise atual e criarão uma nova base para suas relações.

Depois que a Rússia anexou, em março, a península ucraniana da Crimeia, a União Europeia adotou uma série de sanções contra Moscou, endurecidas progressivamente depois do início da sublevação armada pró-russa no leste da Ucrânia.

A tensão na fronteira com a Ucrânia prossegue. Neste sábado (22), o ministro ucraniano da Defesa ucraniano, Stepan Poltorak, denunciou a presença de 7.500 soldados russos no leste do país e prometeu aumentar o contingente militar.

Ao final de julho, a UE decidiu restringir o acesso dos bancos públicos russos aos mercados de capitais europeus, criar um embargo armamentista, proibir a exportação para a Rússia de produtos que possam ter uso militar e vetar as exportações de equipamento para o setor petroleiro.

Em resposta, a Rússia proibiu as importações de alimentos vindos dos países da União Europeia.

Na Turquia, Biden pede foco na segurança energéticaEstadão Conteúdo

O vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pediu neste sábado que a Europa continue a diversificar suas fontes de energia para reduzir a dependência da Rússia que, segundo ele, não deveria poder usar suas vastas reservas de petróleo e gás como ferramenta geopolítica.

"Agora é a hora de agir", disse Biden, falando durante a Cúpula do Conselho Atlântico sobre segurança energética, que acontece em Istambul. "O que acontece na Ucrânia apenas destaca esta urgência."

Rússia, Ucrânia e União Europeia (UE) fecharam no mês passado, após longa discussões, um acordo de US$ 4,6 bilhões que vai garantir o fornecimento de gás russo para a Ucrânia e para a UE.

O acordo aliviou os temores de que a Europa sofreria com o inverno como aconteceu em 2009, quando uma disputa sobre uma dívida da Ucrânia fez com que a Rússia interrompesse o fornecimento de gás para a Europa por quase duas semanas.

Moscou havia cortado o fornecimento de gás para a Ucrânia em junho por causa de uma dívida não paga, medida que foi tomada após a queda do presidente ucraniano Petro Poroshenko, ligado ao Kremlin, e a anexação da Crimeia pela Rússia, em março.

As conversas se arrastaram por cinco meses em meio aos combates no leste da Ucrânia entre insurgentes pró-Rússia e tropas do governo. Mas a proximidade do inverno, uma estação feroz e congelante na Ucrânia, levou urgência às negociações.

"Temos ciência de que esta única fonte de energia tem sido um problema há muito tempo", disse Biden. "Mas minha mensagem não é que a Europa pode ou deve eliminar as importações russas."

Ele afirmou que não tem dúvidas de que a Rússia vai continuar a ser uma importante fornecedora de energia na região. "Falamos sobre segurança energética. Para chegar a ela, a Europa precisa garantir que ela se diversifique", declarou o vice-presidente. "A Rússia pode e deve ser uma participantes, mas tem de jogar de acordo com as regras."

O primeiro-ministro turco Ahmet Davutoglu também falou, destacando importantes projetos de diversificação em curso. "Energia não deveria ser usada como arma...energia é uma ferramenta para a paz", declarou Davutoglu.

Biden deve se reunir ainda neste sábado com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.

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