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Soldado do Talibã em Kandahar: grupo fundamentalista retornou ao poder no Afeganistão após 20 anos de presença militar americana
Soldado do Talibã em Kandahar: grupo fundamentalista retornou ao poder no Afeganistão após 20 anos de presença militar americana| Foto: EFE/EPA/STRINGER

O Departamento de Estado dos Estados Unidos publicou nesta sexta-feira (30) parte de um relatório oficial sobre a saída de tropas do Afeganistão, no qual afirma que ações dos governos de Donald Trump (2017-2021) e Joe Biden tiveram “graves consequências” para a viabilidade do governo e a segurança do país.

O relatório, do qual apenas 23 de suas 87 páginas foram publicadas, é mais crítico em relação à gestão do governo Biden, alegando que não foi capaz de prever o caos que se aproximava durante a retirada das tropas no país da Ásia Central em agosto de 2021, acelerada pela tomada de Cabul pelos talibãs.

No relatório, o Ministério das Relações Exteriores alega que os altos escalões de nenhum dos dois governos - de Trump e de Biden - avaliaram suficientemente os piores cenários que poderiam ocorrer durante a retirada.

Para produzir o documento, o Departamento de Estado entrevistou mais de 150 pessoas durante 90 dias para analisar a caótica retirada dos EUA, na qual 13 soldados foram mortos em um ataque em Cabul.

Entre as descobertas do relatório, está o fato de que, embora os militares dos EUA tenham começado a planejar há algum tempo a saída de Cabul até agosto de 2021, o envolvimento do ministério das relações exteriores nesses preparativos “foi prejudicado pelo fato de não estar claro quem estava no comando do Departamento” em relação a esse movimento.

O relatório também lamentou que as mudanças “constantes” nas recomendações e mensagens de Washington sobre quem era elegível para deixar o Afeganistão e como a embaixada lidaria com seus casos aumentaram a confusão e não levaram em conta fatos importantes sobre a situação no local.

O Departamento de Estado observou que, durante a retirada, era impossível garantir que as pessoas que trabalhavam no local recebessem várias ligações e mensagens diretas de ex-funcionários, membros do Congresso e cidadãos comuns que, em alguns casos, solicitavam ajuda para afegãos específicos em risco.

“A resposta a essas demandas muitas vezes colocava os funcionários do Departamento de Estado em um risco maior e obstruía os esforços para retirar mais cidadãos” do Afeganistão, diz o relatório.

Os 20 anos de presença militar dos EUA no Afeganistão culminaram em cenas de caos no aeroporto de Cabul após a tomada da capital pelos talibãs.

Durante a retirada, 13 militares americanos foram mortos em um atentado suicida no aeroporto de Cabul, reivindicado pelo grupo terrorista Estado Islâmico (EI).

De acordo com o relatório, mais de 125 mil pessoas foram transportadas para fora do Afeganistão.

A retirada ocorreu após acordo entre o governo Trump e os talibãs, e foi concluída durante o governo Biden.

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