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O Irã afirmou neste sábado (6) que um novo relatório da agência nuclear da Organização das Nações Unidas (ONU) mostrou que o programa nuclear de Teerã é pacífico, apesar das suspeitas do Ocidente de que o objetivo do projeto seja construir bombas atômicas.

O relatório de sexta-feira (5) afirmou que o Irã expandiu significativamente o enriquecimento de urânio, com quase 5 mil centrífugas agora operando, e que isso dificultou o trabalho dos inspetores da ONU de continuarem seguindo a atividade nuclear do país.

O relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) afirmou que o Irã aumentou sua taxa de produção de urânio pouco enriquecido, ampliando seu estoque de 500 quilos para 1.339 quilos nos últimos seis meses.

A melhora da eficiência do país em produzir combustível nuclear aumenta os temores do Ocidente de que a República Islâmica está perto de atingir a habilidade de fazer bombas atômicas, se quiser.

Mas Ali Ashgar Soltanieh, embaixador do Irã na AIEA, afirmou que o relatório deixou novamente claro que não havia evidência de qualquer desvio de materiais nucleares para o propósito militar e também que a agência pôde fazer o seu trabalho de supervisão.

"Isso é, de fato, um claro e categórico documento da demonstração da natureza pacífica das atividades nucleares do Irã," afirmou o embaixador à televisão estatal. "Não suspenderemos nossas atividades nucleares e não iremos, ao mesmo tempo, suspender nossa cooperação com a agência."

Teerã diz que seu programa nuclear tem o objetivo de gerar eletricidade e rejeitou repetidas vezes os pedidos do Ocidente de interromper o enriquecimento de urânio, que pode ter propósitos civis ou militares.

Mas o Irã dificultou uma investigação da AIEA sobre pesquisas passadas sobre construção de bombas, dizendo que as informações da inteligência norte-americana quanto a isso são forjadas. A nação continua limitando a amplitude das inspeções da AIEA.

O relatório demonstra os desafios que o presidente norte-americano, Barack Obama, tem para trabalhar por uma reconciliação com o Irã após décadas de desconfiança mútua.

"Esse relatório aumentará o senso de urgência de Washington sobre a necessidade de lidar com o assunto," afirmou Cliff Kupchan, da Eurasia, uma consultoria de riscos.

Kupchan afirmou que o relatório também pode ajudar o presidente conservador Mahmoud Ahmadinejad na tentativa de reeleição no pleito de 12 de junho, enquanto desafia moderados que querem o destravamento nas relações internacionais do Irã.

"Os eleitores estão orgulhosos dos feitos tecnológicos do Irã. O grupo do Ahmadinejad provavelmente usará o relatório da agência com gosto," afirmou.

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