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Parentes de passageiros do voo MH370 da Malaysia Airlines compareceram na coletiva da divulgação do relatório do governo nesta segunda-feira (30) | MOHD RASFANAFP
Parentes de passageiros do voo MH370 da Malaysia Airlines compareceram na coletiva da divulgação do relatório do governo nesta segunda-feira (30)| Foto: MOHD RASFANAFP

O voo 370 da Malaysia Airlines, desaparecido desde 2014, foi provavelmente desviado do curso deliberadamente e levado para o sul do Oceano Índico, de acordo com o relatório de segurança do governo da Malásia sobre o desastre, divulgado nesta segunda-feira (30). 

O MH370 desapareceu em 8 de março de 2014, quando saiu de Kuala Lampur com destino a Pequim. 239 pessoas estavam a bordo. Os investigadores nunca conseguiram explicar por que o jato mudou sua trajetória de voo, atravessando a Malásia e cruzando para o sul em direção ao Oceano Índico. 

É difícil atribuir a mudança em curso a qualquer falha no sistema, de acordo com o relatório. "É mais provável que tais manobras se devam a manipulação dos sistemas", diz o relatório. 

Especialistas mapearam o curso do Boeing 777 somente depois de selecionar conexões de dados com um satélite. Extensas pesquisas de sonar em águas remotas ao longo da costa oeste da Austrália não conseguiram localizar os destroços. 

O relatório de 449 páginas desta segunda pouco contribuiu para resolver o maior mistério da aviação moderna - e não chegou a atribuir um motivo específico para o desaparecimento da aeronave. Não há nada que sugira que o avião estava evitando o radar e também não há evidência de mudanças comportamentais na tripulação. Partes significativas do sistema de energia da aeronave, incluindo a função de piloto automático, provavelmente estavam trabalhando durante o voo, segundo o relatório. 

"Não podemos determinar com certeza as razões pelas quais a aeronave desviou de sua rota planejada", disse Kok Soo Chon, chefe da equipe de investigação do MH370, a repórteres em Putrajaya, nos arredores de Kuala Lumpur. "A possibilidade de intervenção de terceiros não pode ser excluída". 

Leia mais: Uma nova teoria para o avião que desapareceu no Índico em 2014

Manobras manuais

Sem a ajuda dos gravadores de dados da cabine, as equipes de busca só podiam adivinhar o que aconteceu nos momentos finais do voo. Análises do governo australiano sugeriram que o MH370 ficou sem combustível antes de afundar - a uma velocidade de 457 Km/h. Outros investigadores especularam que uma pessoa estava nos controles até o final, desviando o avião em direção ao Oceano Índico, além do limite mais distante de qualquer área de busca. 

O relatório do governo da Malásia não apoiou nenhuma teoria explicitamente, mas fez esforços para apresentar uma explicação mecânica para os desvios da aeronave. 

"A mudança na trajetória de voo provavelmente resultou de manobras manuais", afirmou Kok. Da mesma forma, a perda de comunicação do avião antes de desviar do caminho ocorreu provavelmente devido a sistemas que foram “desligados manualmente” ou tiveram a energia interrompida - e não por causa de mau funcionamento. 

Alguns pedaços de destroços do MH370 foram encontrados na África, mas nenhum corpo foi recuperado. Uma nova busca subaquática feita este ano pela empresa de exploração norte-americana Ocean Infinity terminou sem sucesso.

Recomendações

O desaparecimento do jato produziu uma série de recomendações de segurança destinadas a evitar a repetição da tragédia. 

A partir de janeiro de 2021, novas aeronaves precisarão transmitir seus locais a cada minuto em situações de emergência. Em novembro de 2018, as companhias aéreas vão ter que rastrear os aviões a cada 15 minutos sob os regulamentos adotados pela Organização da Aviação Civil Internacional das Nações Unidas. 

A carga do MH370 incluia 221 kg de baterias de lítio e 4,6 toneladas de mangostão fresco. Depois de vários testes, o relatório de segunda-feira descartou como causa da tragédia a fumaça ou o fogo que poderiam ter sido causados por esses produtos no porão do avião. 

Também foram documentadas deficiências entre os controladores de tráfego aéreo de Kuala Lumpur: eles eram lentos demais para iniciar procedimentos de emergência e não havia evidências que sugerissem que estavam monitorando continuamente as exibições de radar. O relatório recomendou melhor treinamento para lidar com emergências.

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