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Londres (EFE) – Os líderes muçulmanos do Reino Unido discutem a idéia de emitir uma fatwa contra o recurso ao suicídio como método terrorista a fim de prevenir futuros atentados como os de 7 de julho em Londres. O secretário-geral do Conselho Muçulmano de Grã-Bretanha, Sir Iqbal Sacranie, sugeriu essa possibilidade depois de uma reunião em Leeds (norte da Inglaterra) com líderes dessa comunidade.

Uma fatwa é um pronunciamento legal por parte de um especialista religioso sobre um assunto concreto não necessariamente religioso. Em algumas casas, equivale a sentenças de morte. A mais famosa foi a emitida em 1989 pelo líder iraniano, o aiatolá Khomeini, contra o romance "Os Versos Satânicos", por seu conteúdo supostamente blasfemo. Seu autor, Salman Rushdie, ameaçado de morte, teve que viver alguns anos em uma espécie de clandestinidade.

Em sua reunião de Leeds, os líderes muçulmanos publicaram um comunicado no qual afirmam que o Islã "proíbe a ira e o desespero" e advertem que esses sentimentos "podem fazer com que certas pessoas se transformem em presas de indivíduos com intenções sinistras e violentas".

"O Corão afirma com clareza que matar um inocente é como matar toda a humanidade e que salvar uma só vida é como salvar a humanidade inteira. Esse é um princípio e um mandamento", reza o comunicado. "Aqueles que cometeram os atentados de Londres não deveriam de nenhuma forma serem considerado mártires. É nossa obrigação ajudar as autoridades com informações que possam ajudar a levar aos tribunais os que planejaram a atrocidade da semana passada", acrescenta o texto.

"A perseguição por parte da Justiça" dos autores do massacre, em nome das vítimas, "é uma obrigação sob a fé islâmica", ressaltaram os líderes espirituais.

Para o oficial de polícia Tarique Ghaffur, o muçulmano que ocupa a maior categoria nas forças britânicas de ordem, sua comunidade deve fazer mais que condenar os atentados. Ghaffur pediu na última semana aos líderes muçulmanos que informem à polícia sobre os terroristas em potencial que fazem parte da comunidade de fiéis a fim de evitar novas atrocidades.

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