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Abidjã - As forças de segurança da Costa do Marfim abriram fogo na quarta-feira em Yamoussoukro, a capital, contra manifestantes que exigiam a renúncia do presidente Laurent Gbagbo. Uma pessoa morreu e várias ficaram feridas, segundo testemunhas.

A Organização das Nações Unidas disse temer que os eventos levem a uma violência generalizada.

A crise opõe Gbagbo a Alassane Ouattara, apontado por autoridades eleitorais e pela ONU como vencedor da eleição presidencial de novembro no país. Gbagbo se manteve no cargo graças a uma decisão do Conselho Constitucional do país, dirigido por um aliado seu.

A oposição a Gbagbo convocou para o final desta semana grandes manifestações populares para tentar ocupar a rádio estatal e prédios públicos em Abdijã, maior cidade da Costa do Marfim.

Ouattara foi apontado vencedor com uma margem de quase 10 pontos percentuais, mas o Conselho Constitucional anulou quase meio milhão de votos dele, apontando uma suposta fraude em redutos da oposição.

A União Africana, o bloco regional Ecowas e vários governos, inclusive dos EUA e França, têm pressionado Gbagbo a entregar o poder, mas ele continua controlando as Forças Armadas, as emissoras estatais de rádio e TV e os órgãos públicos, e rejeita o que chama de interferências externas no seu país.

"Houve disparos e um policial matou um dos manifestantes", disse a paramédica Olda N'Da, que atendeu feridos no local. "Havia muitos feridos, mas não apuramos o número preciso."

Jeanne Peuhmond, dirigente da oposição em Yamassoukro, disse que os policiais abriram fogo contra um grupo de centenas de manifestantes, que então recuaram para a sede do partido. Ele disse haver pelo menos quatro feridos.

Moradores relataram que mercados, bancos e lojas fecharam as portas na capital. As autoridades não se pronunciaram.

Depois da reversão do resultado eleitoral, Ouattara montou um governo paralelo em um hotel protegido pela ONU, em Abdijã. Na terça-feira, depois da convocação da oposição para que seus partidários saiam às ruas, milhares de moradores de territórios controlados por rebeldes no norte caminharam até o limite da zona dominada pelo governo, mas foram contidos por tropas que usavam gás lacrimogêneo.

Yamoussoukro fica apenas 40 quilômetros ao sul dessa "fronteira" interna, resquício da guerra civil de 2002/03. Autoridades disseram que o governo reforçou o policiamento na capital, cidade que serve mais como refúgio para Gbagbo e seus aliados, enquanto as principais tarefas administrativas ocorrem em Abidjã.

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