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“Primavera espanhola”

Repressão a protesto deixa 121 feridos em praça de Barcelona

Ação policial aumenta a revolta popular na Espanha. Manifestantes voltam a lotar praças de grandes cidades do país

Policiais avançam contra manifestantes na Praça Catalunya, em Barcelona. Operação aumentou a revolta popular e manifestantes voltaram às ruas do país ontem à noite | Albert Gea/Reuters
Policiais avançam contra manifestantes na Praça Catalunya, em Barcelona. Operação aumentou a revolta popular e manifestantes voltaram às ruas do país ontem à noite (Foto: Albert Gea/Reuters)
Rubalcaba tem apoio do Zapatero |

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Rubalcaba tem apoio do Zapatero

Uma operação policial ontem para expulsar os manifestantes acampados na Praça Catalunya, no centro de Barcelona, deixou ao menos 121 feridos. A ação tinha o objetivo declarado de limpar a praça e de eliminar possíveis objetos violentos, para evitar conflitos durante uma eventual celebração da conquista da Liga dos Cam­­peões pelo Barcelona, em jogo nes­­te sá­­bado.

Contudo, acredita-se que a real intenção do governo catalão era a de desmobilizar o acampamento, pois houve destruição das barracas em que se organizavam em comissões temáticas e apreensão dos equipamentos de comunicação e informática.

A Praça Catalunya foi apelidada de "Praça dos Indignados’’. Com inspiração nas recentes ma­­nifestações na Praça Tahrir, no Egito, os jovens pedem mais em­­pregos e "democracia real’’, além de criticar a corrupção.

O movimento tem sido chamado de 15M, em referência ao dia em que começou (15 de maio).

Com o auxílio das redes so­­ciais, jovens divulgaram fotos e vídeos das ações policiais e convocaram os cidadãos à resistência pacífica.

Pressionada pela repercussão negativa das imagens de truculência na desocupação, a polícia liberou a praça no fim da manhã.

À tarde, manifestantes voltaram a circular pela praça. Alguns com camisetas manchadas de sangue exibiam nelas a frase "re­­sistência pacífica’’. Helicópteros da polícia sobrevoavam o local.

Um jovem, com uma bala não letal disparada pela polícia na mão e uma flor na outra, segurava um cartaz que dizia: "Suas armas são essas [referência à bala]; as nossas armas são as palavras’’.

Um "panelaço’’ em protesto à repressão policial foi convocado para a noite de ontem e reuniu milhares de pessoas.

O clima do "panelaço’’ era festivo, com pessoas de variadas idades segurando flores e batucando em tambores, panelas, frigideiras e chaves, por mais de 40 minutos ininterruptos de barulho.

As roupas floridas e coloridas também ajudavam a remontar ao clima de Maio de 68. Os "panelaços’’ vinham ocorrendo diariamente desde que começou a ocupação da praça, há 13 dias. Con­­tudo, nunca haviam reunido número tão grande de manifestantes.

Em Madri, logo após a ação policial, manifestantes voltaram a lotar a Praça do Sol, onde tiveram origem as manifestações. Como em Barcelona, os jovens traziam flores e criticavam a violência.

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