Eleições
Pérez Rubalcaba será o candidato do governo
O chefe do governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, propôs ontem aos líderes regionais do Partido Socialista Espanhol (PSOE) que o vice-primeiro-ministro, Alfredo Pérez Rubalcaba, seja o candidato presidencial nas próximas eleições gerais de 2012.
A proposta foi aceita pelos "barões" territoriais em uma reunião convocada pelo líder socialista e chefe do Executivo para buscar um consenso sobre o futuro de um partido mergulhado em uma profunda crise depois do desastre do pleito regional de 22 de maio.
"Nos sentimos unidos para apoiar o candidato que a nossa gente mais quer e que os rivais mais temem: Alfredo Pérez Rubalcaba", disse Blanco em entrevista coletiva após a reunião em Madri.
A proposta será enviada, no sábado, ao Comitê Federal do partido em uma reunião na qual será aberto o processo de primárias para as eleições do sucessor de Zapatero. Se aparecer algum outro aspirante algo improvável depois da renúncia na quinta-feira da ministra da Defesa, Carme Chacón uma votação interna aconteceria em 26 de junho.
Os líderes socialistas também concordaram com a proposta do representante do País Basco, Patxi López, de celebrar uma conferência política no início de setembro para debater ideias a fim de enfrentar o desafio de dar resposta e voltar a conquistar o eleitorado.
Com esse acordo, o PSOE tenta resolver uma crescente crise interna desencadeada pela derrota nas urnas no último domingo, quando obteve seu pior resultado da história em eleições municipais e regionais.
Sarkozy diz que não se pode comparar revoltas na Tunísia e Espanha
O presidente francês, Nicolas Sarkozy, afirmou ontem que "não se pode comparar" as manifestações de jovens ocorridas na Tunísia no começo do ano com os recentes protestos na Espanha, pois este país é uma "verdadeira democracia". "A Espanha é uma grande democracia", salientou o líder francês durante uma coletiva de imprensa, ao final da cúpula do G8, que reuniu os oito países mais industrializados do mundo na quinta e sexta-feira em Deauville, noroeste da França.
Uma operação policial ontem para expulsar os manifestantes acampados na Praça Catalunya, no centro de Barcelona, deixou ao menos 121 feridos. A ação tinha o objetivo declarado de limpar a praça e de eliminar possíveis objetos violentos, para evitar conflitos durante uma eventual celebração da conquista da Liga dos Campeões pelo Barcelona, em jogo neste sábado.
Contudo, acredita-se que a real intenção do governo catalão era a de desmobilizar o acampamento, pois houve destruição das barracas em que se organizavam em comissões temáticas e apreensão dos equipamentos de comunicação e informática.
A Praça Catalunya foi apelidada de "Praça dos Indignados. Com inspiração nas recentes manifestações na Praça Tahrir, no Egito, os jovens pedem mais empregos e "democracia real, além de criticar a corrupção.
O movimento tem sido chamado de 15M, em referência ao dia em que começou (15 de maio).
Com o auxílio das redes sociais, jovens divulgaram fotos e vídeos das ações policiais e convocaram os cidadãos à resistência pacífica.
Pressionada pela repercussão negativa das imagens de truculência na desocupação, a polícia liberou a praça no fim da manhã.
À tarde, manifestantes voltaram a circular pela praça. Alguns com camisetas manchadas de sangue exibiam nelas a frase "resistência pacífica. Helicópteros da polícia sobrevoavam o local.
Um jovem, com uma bala não letal disparada pela polícia na mão e uma flor na outra, segurava um cartaz que dizia: "Suas armas são essas [referência à bala]; as nossas armas são as palavras.
Um "panelaço em protesto à repressão policial foi convocado para a noite de ontem e reuniu milhares de pessoas.
O clima do "panelaço era festivo, com pessoas de variadas idades segurando flores e batucando em tambores, panelas, frigideiras e chaves, por mais de 40 minutos ininterruptos de barulho.
As roupas floridas e coloridas também ajudavam a remontar ao clima de Maio de 68. Os "panelaços vinham ocorrendo diariamente desde que começou a ocupação da praça, há 13 dias. Contudo, nunca haviam reunido número tão grande de manifestantes.
Em Madri, logo após a ação policial, manifestantes voltaram a lotar a Praça do Sol, onde tiveram origem as manifestações. Como em Barcelona, os jovens traziam flores e criticavam a violência.
Deixe sua opinião