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Apoiadores em evento de campanha da candidata ao Senado americano Joni Ernst em Davenport, Iowa, 31 de outubro
Apoiadores em evento de campanha da candidata ao Senado americano Joni Ernst em Davenport, Iowa, 31 de outubro| Foto: Mario Tama/ Getty Images/ AFP

A esperança democrata de uma vitória eleitoral acachapante parece estar terminando em decepção e em possível impasse.

Mesmo com Joe Biden cada vez mais próximo de assegurar o cargo presidencial, os republicanos estão caminhando para manter maioria no Senado em runoff elections (eleições "secundárias" - que determinam o vencedor quando há um impasse) na Geórgia. Além disso, o "Grand Old Party" tem projeção de vencer cerca de 210 assentos na câmara dos deputados, o que reduziria significativamente a vantagem democrata.

No entanto, a vitória republicana mais significativa nessas eleições pode ser nas legislações que vão redefinir os distritos eleitorais (nos EUA, cada distrito elege um deputado - ao contrário do Brasil, em que deputados são eleitos pelos estados) para a próxima década.

Assim que o Censo 2020 for completo e os dados populacionais liberados, os governos estaduais redesenharão os distritos com base nas mudanças populacionais. Em alguns casos, os distritos serão definidos por comitês, em outros a legislação estadual formará os novos distritos, dando ao partido que controlar as casas forte poder de influência nesse processo de mapeamento. Até quinta-feira, as projeções do portal Politico apontavam controle sobre essa reorganização na proporção de 181 distritos para os republicanos contra apenas 76 para os democratas.

Em 2020, os democratas esperavam inverter esse controle em vários estados tradicionalmente republicanos. Diversos grupos democratas, incluindo o "Forward Majority", que gastou US$ 32 milhões, despejaram recursos em esforços para que isso acontecesse na Flórida, Carolina do Norte, Texas e Arizona.

Esse esforço, hoje, parece não ter sido bem sucedido. Republicanos mantiveram o controle legislativo em todos os estados que já controlavam, incluindo em swing states cruciais, como Wisconsin e Pensilvânia. Ainda, o GOP conquistou esse controle para a câmara e o senado de New Hampshire, além de prevenir que os democratas ganhassem controle do upper chamber em Minnesota, o que, em essência, permitirá voz aos republicanos na redistribuição dos distritos em partes da capital do estado.

Os resultados das eleições "colocarão o Partido Republicano em uma posição que seremos capazes de manter uma década de poder ao redor do país", disse Austin Chambers, presidente do Republican State Leadership Committee (Comitê Republicano de Liderança dos Estados, em tradução livre),  ao Politico.

A vitória republicana em New Hampshire representou um recuo dos ganhos de uma "onda azul" democrata no estado em 2018. O governador Chris Sununu, um republicano, foi facilmente reeleito com mais de 65% dos votos, mesmo com o estado escolhendo Joe Biden para presidente e a democrata Jeanne Shaheen pro Senado.

"Estou feliz que os eleitores de New Hampshire rejeitaram o estilo de política que havia adentrado na câmara estadual nesses últimos dois anos, e estou empolgado para trabalhar com a nossa nova maioria republicana e entregar resultados para o povo do estado", disse Sununu em declaração durante a divulgação dos resultados das eleições.

As vitórias republicanas em New Hampshire podem ser atribuídas à grande popularidade do governador, disse Greg Moore, diretor do grupo conservador Americans for Prosperity (Americanos pela Prosperidade, em tradução livre) no estado, ao Valley News. O deputado estadual republicano Dick Hinch, concordou, dizendo que "os esforços de Sununu renderam ótimos resultados". O governador se distanciou do presidente Trump e até mesmo do Congresso antes da eleições, dizendo em determinado momento que todos os membros da Câmara e do Senado deveriam ser demitidos pela sua incapacidade de aprovar outra rodada de auxílios econômicos para os americanos afetados pela pandemia.

O fracasso democrata de conquistar a maioria legislativa no Texas foi particularmente decepcionante para o partido. Várias pesquisas apontavam Joe Biden com chances de "azular" o estado, uma possibilidade que os democratas esperavam se estender para as eleições locais.

Porém, na quarta-feira já estava claro que o Texas daria seus votos ao presidente Trump e os republicanos manteriam maioria nas duas casas legislativas do estado. A tendência é que os democratas também não vençam os nove assentos necessários para garantir o controle da câmara texana. Essas vitórias permitirão aos republicanos desenhar mapas para cerca de 35 distritos.

"O Texas mudou um pouco, mas não mudou sua essência", disse Bill Miller, um lobista de Austin, ao Texas Tribune. "Quanto mais pessoas votarem, mais [isso] será refletido.", concluiu.

Os democratas também esperavam ganhar assentos legislativos na Flórida, mas acabaram derrotados a despeito das pesadas campanhas por parte de grupos progressistas. A projeção atual aponta que o Partido Republicano terá maioria na câmara da Flórida por mais de 70 assentos.

"Nesse ano, grupos e bilionários progressistas miraram na câmara da Flórida, despejando milhões de dólares. Eles apareceram diante dos eleitores com suas agendas dissonantes com o estado. Os floridenses mandaram eles pra casa.", disse o presidente da câmara da Flórida, o republicano Chris Sprowls, ao Miami Herald. "Tivemos uma grande vitória e recebemos dos eleitores um mandato que continuará a lutar pelos floridenses e pelos valores da Flórida", completou.

Os resultados para o GOP na Flórida vieram em meio a um aumento do apoio dos eleitores hispânicos ao presidente Trump. Cerca de 45% dos latinos do estado votaram no republicano, e os latinos no condado Miami-Dade levaram o presidente à vitória no distrito mais populoso do estado.

©2020 National Review. Publicado com permissão. Original em inglês

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