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“Eu desejava ter sido capaz de satisfazer suas esperanças de liderar o país em uma direção diferente, mas a nação escolheu outro líder.” -Mitt Romney, candidato republicano derrotado pelo democrata Barack Obama | Jim Young/Reuters
“Eu desejava ter sido capaz de satisfazer suas esperanças de liderar o país em uma direção diferente, mas a nação escolheu outro líder.” -Mitt Romney, candidato republicano derrotado pelo democrata Barack Obama| Foto: Jim Young/Reuters

Pleito destaca a divisão política nos Estados Unidos

Rodolfo Stancki

A eleição norte-americana desta semana colocou em evidência a divisão do eleitorado nos EUA. De um lado, o democrata Barack Obama conseguiu mobilizar jovens, mulheres, latinos e negros para votar. Do outro, o republicano Mitt Romney levou os eleitores conservadores (homens brancos de meia idade) às urnas.

Na prática, o resultado favoreceu Obama. Ainda assim, a disputa mostrou como os republicanos cresceram em número de votos desde 2008. O jornal The New York Times noticiou que, mesmo entre os eleitores preferenciais, o democrata perdeu votos, quando comparado ao pleito de quatro anos atrás. O posicionamento político seria uma das razões.

"Os republicanos são mais ligados aos valores morais. Não aprovam casamentos gays, reformas imigratórias ou altos impostos. Isso explica porque Obama tem um perfil específico de eleitores", afirma Doacir Quadros, cientista político do Centro Universitário Uninter.

  • Obama é destaque do jornal Suryakal Gujarati, na Índia

No post-mortem da candidatura de Mitt Romney, os republicanos elegeram o principal culpado pela derrota na campanha: a nova demografia do país. Os brancos foram 72% do eleitorado de 2012. Em 1980, quando o republicano Ronald Reagan venceu, eles eram 89% dos eleitores.

"O establishment branco agora é a minoria", afirmou o apresentador conservador Bill O’Reilly, explicando a derrota.

O Partido Republicano está na contramão da evolução demográfica dos EUA. O eleitor republicano é cada vez mais branco e mais velho; a população do país é cada vez mais hispânica (ou afroamericana) e mais jovem.

Romney teve só 27% do voto latino – o pior desempenho republicano entre hispânicos desde os 21% de Bob Dole em 1996. Segundo pesquisas de boca de urna, 93% dos negros, 71% dos hispânicos e 73% dos asiáticos votaram em Obama. E, pela primeira vez, os hispânicos foram 10% do eleitorado.

"Eu acho que os republicanos têm feito um trabalho patético na hora de atrair os eleitores ‘de cor’", disse o ex-governador de Arkansas Mike Huckabe, na rede de direita Fox News.

Analistas apostam que é a última vez que haverá dois homens brancos na chapa republicana. Marco Rubio, o senador cubano-americano da Flórida, já encabeça as listas de cotados para 2016.

Para outros especialistas, quando Romney sugeriu aos hispânicos ilegais que se "autodeportassem" para seus países de origem, ele sepultou suas chances de se eleger. George W. Bush, que tinha uma visão mais compassiva em relação aos ilegais, obteve 44% do voto hispânico em 2004.

Derrota

Romney adotou um tom conciliador ao admitir a derrota. Agradecendo seus apoiadores, ele disse que tinha ligado para Obama e desejado o melhor para o democrata.

"Eu desejava ter sido capaz de satisfazer suas esperanças de liderar o país em uma direção diferente, mas a nação escolheu outro líder", disse Romney.

Imprensa do mundo noticia o fim da eleição

Folhapress

Nos Estados Unidos, o New York Times chamou a noite de terça-feira de "noite de Obama", destacando a margem apertada da vitória do democrata no voto popular. O Washington Post anunciou "um segundo mandato", assim como o Wall Street Journal, e o USA Today disse que Obama "fez história outra vez".

No Reino Unido, a recepção da vitória de Obama foi menos entusiasmada. O Financial Times falava sobre a festa dos democratas nas ruas americanas e o Guardian falava sobre o discurso de vitória de Barack Obama, que prometeu que "o melhor ainda está por vir".

No restante da Europa, o discurso de Obama também fez sucesso, com o espanhol El País e o italiano Corriere della Sera usando o mesmo trecho como manchete. O francês Le Monde optou por dizer, em inglês, que Obama teria "mais quatro anos" à frente dos EUA ("four more years").

Latinos

Na América Latina, a vitória do democrata virou a manchete dos argentinos La Nación e Clarín. O mexicano El Universal escolheu uma foto do presidente em que ele parece simular o gesto do famoso cartaz de Tio Sam, convocando os americanos a servir o Exército.

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