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  • Trabalhadores tentam reparar os estragos na ferrovia que foi destruída pela chuva
  • Turistas argentinos ajudam a construir barricadas para proteger os hotéis na região atingida pela chuva

O resgate de centenas de turistas presos no sudeste do Peru pode levar até três dias, enquanto crescia na quinta-feira a irritação dos visitantes por causa da desordem e da separação de famílias na saída da região, afetada por fortes chuvas nos últimos dias.

Helicópteros das forças de segurança do Peru e dos Estados Unidos e de algumas empresas privadas retiraram desde segunda-feira mais de 1.400 turistas de diversas nacionalidades que estavam retidos em Águas Calientes, a cidade mais próxima das ruínas incas de Machu Picchu, principal atração turística peruana.

As fortes chuvas, as piores em 15 anos, interromperam trechos da estrada de ferro que dá acesso a Machu Picchu, que fica cerca de 2.450 metros acima do nível do mar e 1.100 quilômetros a sudeste de Lima. Fora a ferrovia, o único acesso terrestre às ruínas é por uma trilha de quatro dias.

Ainda há cerca de 1.200 turistas retidos em Águas Calientes, segundo as autoridades, mas o número ainda pode crescer com a chegada de cerca de 800 turistas e guias retidos na chamada Trilha Inca.

Na praça central da pequena cidade há dezenas de barracas coloridas, roupas penduradas e centenas de turistas, alguns sentados com sacolas de comida que receberam das organizações de ajuda depois de enfrentarem longas filas. Cartazes identificavam as "áreas" dos argentinos, mexicanos, chilenos e de países europeus, para facilitar a retirada.

Um avião chileno chegou a Cusco, maior cidade da região, para retirar cidadãos desse país, e duas aeronaves argentinas partiram de Buenos Aires com o mesmo objetivo.

Havia também cartazes e lousas com nomes de pessoas "desaparecidas", anotados por parentes e amigos.

"É uma desordem total. Há problemas de logística na hora de definir as retiradas, há problema na distribuição de comida, de medicamentos", disse à Reuters o turista suíço Randall Molina, retido ali desde domingo.

Alguns se queixaram de que turistas mais ricos, principalmente europeus e norte-americanos, conseguiram sair antes, pagando vultosas quantias e sem respeitar a prioridade para idosos, crianças, gestantes e doentes.

O resgate aéreo ocorre em um campo de futebol de Águas Calientes, sob controle de militares armados que tentam controlar a insatisfação de muitas pessoas que não aparecem na lista de passageiros a serem retirados.

O ministro de Comércio Exterior e Turismo do Peru, Martín Pérez, disse a jornalistas que na quinta-feira deveriam ser retirados pelo menos 800 turistas, desde que haja condições climáticas favoráveis.

As chuvas de verão, frequentes nos Andes peruanos, estão mais intensas neste ano por causa do El Niño, que segundo especialistas deve durar até meados do ano. Esse fenômeno natural ocorre por causa do aquecimento das águas na região equatorial do oceano Pacífico, provocando desequilíbrios climáticos globais, com chuvas excessivas em algumas regiões e secas em outras.

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