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A segunda maior fabricante de smartphones, a chinesa Huawei, está no centro de uma crise diplomática entre Canadá e China | GREG BAKER/AFP
A segunda maior fabricante de smartphones, a chinesa Huawei, está no centro de uma crise diplomática entre Canadá e China| Foto: GREG BAKER/AFP

Um ex-diplomata canadense que trabalha para o International Crisis Group está desaparecido na China, segundo seu empregador – uma notícia que pode complicar ainda mais um já tenso impasse diplomático pela prisão da executiva da empresa de tecnologia chinesa Huawei em Vancouver, na semana passada.

Michael Kovrig é um ex-diplomata canadense que trabalha em Pequim. Desde fevereiro de 2017, ele trabalha para o International Crisis Group, organização não-governamental voltada à resolução e prevenção de conflitos armados internacionais, cobrindo questões de segurança no nordeste da Ásia. Ele frequentemente conversa com a imprensa sobre suas pesquisas, inclusive com o Washington Post. 

"O International Crisis Group está ciente dos relatos de que Michael Kovrig, conselheiro sênior para o Nordeste da Ásia, foi detido na China", informou o instituto em comunicado. "Estamos fazendo todo o possível para garantir informações adicionais sobre o paradeiro de Michael, bem como sua liberação imediata e segura", acrescentou. 

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Ainda não está claro se o caso de Kovrig está, de alguma forma, ligado ao impasse diplomático entre o Canadá e a China pela prisão da chefe de operações da gigante chinesa de telecomunicações Huawei, Meng Wanzhou. Ela, que também filha do fundador da empresa, foi detida pelas autoridades canadenses enquanto estava em Vancouver na semana passada e corre o risco de ser extraditada para os Estados Unidos sob acusação de ter violado sanções contra o Irã.

Pequim promete proteger cidadãos chineses no exterior  

O ministro de Relações Exteriores da China prometeu nesta terça-feira, 11, defender os seus cidadãos no exterior. Pequim "não poupará esforços" para se proteger contra "qualquer intimidação que infrinja os direitos legítimos e os interesses dos cidadãos chineses", disse o ministro Wang Yi em uma conferência em Xangai. 

Nesta semana, um tribunal canadense decidirá se irá libertar sob fiança Meng Wanzhou, da Huawei, a segunda maior fabricante de smartphones do mundo. A prisão de Meng assustou as autoridades diplomáticas pelo mundo, abalou os mercados internacionais e aumentou as tensões entre China e os Estados Unidos. 

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Na conferência, Wang não mencionou Meng. Uma porta-voz do ministério disse que Wang estava se referindo a todos os casos de chineses no exterior, incluindo a executiva da Huawei. 

Em 1º de dezembro, a prisão de Meng Wanzhou veio no mesmo dia em que o presidente americano Donald Trump e o chinês Xi Jinping concordaram em uma pausa de 90 dias na guerra comercial que ameaça as negociações mundiais. Os dois governantes tentaram manter o caso de Meng separado das conversas, mas o nervosismo entre companhias e investidores irritaram os mercados globais. 

Washington acusa a Huawei de usar uma empresa de Hong Kong para vender equipamentos ao Irã, violando as sanções dos EUA. O país diz que Meng e Huawei enganaram bancos sobre os interesses da empresa com o Irã.  

Fonte: Associated Press

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