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Fotografias de pessoas torturadas em centros clandestinos do Ministério de Guerra britânico durante os primeiros dias da Guerra Fria foram publicadas nesta segunda-feira, depois de ficarem ocultas por mais de 60 anos.

As imagens, divulgadas pelo jornal inglês "The Guartdian", mostram mulheres e homens privados durante meses de comida e sono, golpeados e submetidos a longas sessões de interrogatórios em centros do Ministério da Guerra.

Algumas das vítimas morreram de fome e outras perderam a vida em conseqüência dos espacamentos. Muitas foram torturadas por soldados britânicos, que utilizaram utensílios pungentes encontrados em uma cadeia da Gestapo.

Os homens que aparecem nas fotografias não são nazistas, mas as autoridades britânicas suspeitavam que eram comunistas. Eles foram presos em 1946 porque se acreditava que apoiavam a União Soviética.

Segundo o "The Guardian", o governo britânico acreditava que uma guerra com a União Soviética era inevitável, e por isso autorizou que o Ministério da Guerra conseguisse informações sobre militares russos utilizando métodos de tortura.

Os soldados britânicos também detiveram e torturaram mulheres, agentes soviéticos e simpatizantes do regime nazista, assim como ex-membros dos serviços especiais SS (a polícia do Partido Nazista).

O Partido Liberal Democrático pediu que o Ministério de Defesa admita os erros e peça perdão às vítimas. Nick Harvey, porta-voz da legenda para Assuntos de Defesa, declarou que é "muito tarde" para responsabilizar indivíduos ou governos pelos crimes, mas que não é tarde demais para que o Ministério da Defesa britânico admita o que aconteceu.

No entanto, o ministério minimizou o pedido e esclareceu que os centros de interrogatórios de guerra são assunto do gabinete de Relações Exteriores.

As fotos foram tiradas em fevereiro de 1947 por um oficial da Marinha britânica que queria que as autoridades encerrassem o programa secreto de tortura. O governo britânico foi obrigado a torná-las públicas devido a uma petição do "The Guardian", justificada pela Lei de Liberdade de Informação.

Há quatro meses, as fotografias foram retiradas de um relatório policial sobre os maus tratos a detidos em um dos centros de interrogatório, perto de Hanover, pouco antes de o documento ser liberado ao jornal.

Fotografias de outras vítimas, tiradas pelo mesmo ofical da Marinha, aparentemente desapareceram dos arquivos do Ministério das Relações Exteriores.

Com informações do jornal chileno "La Tercera".

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