• Carregando...

Varsóvia – A edição polonesa da revista Newsweek acusou ontem o bispo Jerzy Dabrowski de ter sido informante consciente e voluntário da polícia política comunista. O bispo Dabrowski, que morreu em um acidente de trânsito há dezesseis anos, foi um dos representantes da Igreja nas negociações da "mesa-redonda" realizada entre fevereiro e abril de 1989 pelo poder comunista e pelos representantes da oposição democrática, que resultou no acordo de transição pacífica à democracia.

O bispo informou a polícia comunista nos anos 1963–1970 sobre os contatos que teve com representantes da Igreja polonesa e do Vaticano, durante sua estada em Roma, assegura o semanário. Os documentos encontrados no arquivo do Instituto da Memória Nacional demonstram que o bispo Dabrowski informou à polícia polonesa sobre as reuniões da Conferência de Bispos Poloneses durante o Concílio Vaticano II. Tudo parece indicar que, depois que o arcebispo Stanislaw Wielgus renunciou ao cargo de Metropolitano de Varsóvia no domingo, dia em que deveria tomar posse da chefia da Igreja varsoviana, a verificação das biografias de sacerdotes católicos poloneses ganhou novo fôlego.

O fato de que o metropolitano da Cracóvia, Stanislaw Dziwisz, aceitou ontem a renúncia apresentada pelo pároco da catedral de Wawel, Janusz Bielanski, também acusado de ter sido espião da polícia comunista, confirma essa tendência. A catedral de Wawel é, junto ao santuário mariano de Jasna Gora, o templo mais simbólico da Polônia.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]