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Um iemenita mostra as palmas das mãos onde pode-se ler a inscrição “Vá embora”, durante os protestos na capital Sanaa | Mohammed Huwais / AFP
Um iemenita mostra as palmas das mãos onde pode-se ler a inscrição “Vá embora”, durante os protestos na capital Sanaa| Foto: Mohammed Huwais / AFP
  • Manifestantes ateiam fogo em uma lixeira, num claro sinal de protesto ao governo iraniano
  • Jovens do Bahrein se mobilizam em Nouidrat e se posicionam em frente à polícia em atitude desafiadora
  • Confira a onda de protestos com a crise iniciada na Tunísia

Após os levantes ocorridos no Egito e Tunísia, vários países do Oriente Médio foram palco de ma­­nifestações populares contra o Es­­tado. Ontem, protestos ocorreram no Iêmen, Irã, Bahrein e em ou­­tras nações da região, evidenciando o clima de revolta e mobilizações que inflamam as populações árabes e muçulmanas – na sua maioria – contra os regimes em vigor.

"O que está acontecendo, aparentemente, é um efeito dominó", explica Andrew Trumann, professor de Relações Interna­­cio­­nais do UniCuritiba. Segundo Tru­­mann, a partir do momento que outros povos perceberam que mobilizações eram possíveis, mui­­tos trataram de seguir o exemplo tunisiano. "Se os tunisianos po­­dem, a gente também pode", completa o professor.

As maiores manifestações do dia de ontem ocorreram no Iê­­men, em particular na capital Sa­­naa, onde várias pessoas ficaram levemente feridos durante os protestos. "Depois de Mubarak, Ali", entoavam milhares de manifestantes, a maioria estudantes e ad­­vogados. Eles se referiam ao presidente Ali Abdallah Saleh, no po­­der há 32 anos.

Os militantes tentaram marchar até a Praça Tahrir – que significa libertação e leva o mesmo nome da praça-símbolo dos protestos no Cairo – , mas as forças de segurança instalaram cercas de arame farpado para impedir o avan­­ço dos protestos. Centenas de partidários do Congresso Popular Geral (CPG, partido no poder) atacaram os manifestantes com golpes de paus e pedras, segundo um correspondente de uma agência internacional que estava presente no local.

No Irã, milhares de pessoas ten­­tavam durante a tarde de ontem reunir-se em diferentes pontos do centro de Teerã, enquanto a polícia e as tropas de choque, amplamente posicionadas, procuravam impedi-los. A tensão entre manifestantes antigovernamentais au­­mentou e a polícia fez uso de gás lacrimogêneo para conter os jo­­vens manifestantes. Esses en­­con­­tros constituíram a primeira de­­monstração pública de oposição reformista significativa desde o ano passado.

Já no Bahrein, apesar da proibição de mobilizações, dezenas de pessoas tentaram se manifestar em Nouidrat, antes de serem dispersas pela polícia, que – a exemplo da polícia iraniana – fez uso de gás lacrimogêneo para conter o avanço do protesto. Uma fonte policial informou que não houve prisões.

Na Argélia, depois de um protesto na semana passada, uma no­­va manifestação está prevista pa­­ra o próximo sábado.

Quanto ao perigo da onda po­­pular e protestos se espalhar para outros países árabes ou do Oriente Médio, Trumann é reticente, pois entende que cada país da região possui suas próprias particularidades sociais, políticas e econômicas. "Mas outros especialistas in­­ternacionais acreditam que com a queda do Egito, cai também o resto", destaca o professor.

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