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A comunidade internacional fracassou em sua responsabilidade de parar as mortes em Darfur e precisa encontrar uma forma de obrigar o Sudão a aceitar uma força internacional que controle a situação, disse no domingo a secretária norte-americana de Estado, Condoleezza Rice.

Na véspera de uma reunião internacional sobre a crise humanitária naquela região do oeste do Sudão, Rice criticou as grandes potências por não conseguirem acabar com um conflito que já dura cinco anos.

"Serei muito franca. Não acho que a comunidade internacional tenha realmente cumprido com suas responsabilidades aqui", disse ela em entrevista coletiva ao lado do chanceler francês, Bernard Kouchner.

"Estamos preparados a fazer as escolhas difíceis no sistema internacional que vão, acredito, persuadir e compelir Cartum a fazer o que deve?", questionou.

Em 12 de junho o Sudão aceitou uma força de paz mista da Organização das Nações Unidas (ONU) e da União Africana, com mais de 20 mil soldados e policiais, mas muitos diplomatas duvidam que Cartum mantenha sua palavra.

Especialistas estimam que 200 mil pessoas tenham morrido e 2,5 milhões tenham sido expulsas de suas casas por causa do conflito de Darfur. O governo sudanês disse ter havido 9.000 mortes.

O problema remonta ao começo de 2003, quando rebeldes não-árabes pegaram em armas, acusando o governo de negligência com aquela região árida e remota. Cartum então mobilizou uma milícia árabe, a Janjaweed, para esmagar a revolta. A Janjaweed iniciou uma campanha de mortes, saques e estupros, e há um ano grupos rebeldes lutam entre si e também atacam civis.

Em 2004, os EUA qualificaram a violência de genocídio, termo que Cartum rejeita.

A França convocou uma reunião internacional sobre Darfur, que deve atrair autoridades de primeiro escalão de países como Estados Unidos, Egito e China, que se opõe a sanções ao Sudão, um dos seus fornecedores de petróleo.

Kouchner disse que a reunião de segunda-feira tem três objetivos: apoiar a iniciativa ONU-União Africana, oferecer apoio político a quem tentar reunir os grupos rebeldes, e oferecer apoio financeiro para a eventual força de paz.

Antes, Rice disse esperar que a China amplie a pressão sobre o governo sudanês. "Gostaria que todos, os chineses incluídos, dissessem ao governo sudanês em termos bem claros que não há outra opção e que eles precisam parar de aceitar termos para então tentar reduzi-los", disse Rice a repórteres no avião que a levou a Paris.

Os EUA defendem uma nova resolução do Conselho de Segurança contra o Sudão, algo a que a China resiste. Rice sugeriu que nenhuma decisão deve ser tomada em breve.

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