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A secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, apresentou nesta segunda-feira ao Líbano suas propostas para encerrar a guerra de Israel contra o Hezbollah, mas insistiu que um cessar-fogo só acontecerá como parte de um acordo mais amplo, segundo políticos libaneses.

Em visita-surpresa a Beirute, cidade constantemente bombardeada por Israel nos últimos 13 dias, Rice manifestou solidariedade ao governo local, mas deu poucas esperanças de um fim rápido para o conflito.

- Obrigada por sua coragem e firmeza - disse Rice ao primeiro-ministro Fouad Siniora, que apelou por um cessar-fogo imediato.

Mas Rice afirmou ao presidente do Parlamento, Nabih Berri, aliado do Hezbollah e também próximo da Síria, que o cessar-fogo deve ser parte de um acordo que inclua o recuo do Hizbollah para além do rio Litani, 20 quilômetros ao norte da fronteira com Israel, e o envio de uma força internacional à fronteira, segundo uma fonte política libanesa.

- A situação na fronteira não pode voltar ao que era antes de 12 de julho - teria dito Rice, referindo-se à data em que o Hezbollah fez uma incursão no norte de Israel e capturou dois soldados, dando inicio ao conflito que já matou 378 pessoas no Líbano e 41 em Israel.

Berri não rejeitou a proposta de Rice, mas disse que deve haver uma sequência de fatos: cessar-fogo, troca de prisioneiros e então a discussão de todas as outras questões.

O gabinete do primeiro-ministro sinalizou que Siniora está mais aberto à proposta de Rice, afirmando que ele discutiu as idéias por ela apresentadas e "formas de desenvolvê-las".

Israel, onde Rice chegou ainda na segunda-feira, exige a libertação dos seus soldados e a retirada do Hezbollah da região de fronteira.

O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, prometeu aproveitar uma reunião de ministros nesta semana em Roma para pressionar por uma trégua e pelo envio de uma força multinacional ao sul do Líbano.

Mas, logo depois de Rice deixar o Líbano, a Casa Branca reiterou sua oposição a um cessar-fogo imediato, dizendo que seria impossível impô-lo às partes.

Siniora afirmou a Rice que os bombardeios israelenses expulsaram 750 mil pessoas das suas casa, quase um quinto da população do Líbano, o que provocou prejuízos bilionários à economia, segundo nota do seu gabinete.

- Estou profundamente preocupada com o povo libanês e com o que ele está passando - disse Rice a jornalistas em Beirute.

O Hezbollah afirmou ter derrubado um helicóptero israelense e atingido cinco tanques durante os combates.

O Exército israelense disse que dois aviadores morreram na queda do helicóptero, provavelmente causada por falha mecânica, e que dois soldados foram mortos em confronto. O incidente aconteceu dentro do território libanês.

Os israelenses planejam outra incursão, à localidade de Bint Jbeil, onde segundo o general Miri Regev existe "um centro de terroristas do Hezbollah" lançando foguetes para o outro lado da fronteira.

Os bombardeios israelenses mataram pelo menos oito pessoas e feriram 50 no sul do Líbano. As bombas também atingiram um bairro xiita de Beirute.

Os foguetes do Hezbollah atingiram Haifa, Nahariya e a cidade fronteiriça de Shlomi, ferindo pelo menos quatro pessoas. Desde o início dos confrontos, os foguetes já mataram 17 civis israelenses. Além disso, houve também 24 soldados mortos.

Depois de inicialmente rejeitar a idéia, Israel anunciou apoio ao envio de uma força internacional para retirar o Hezbollah do sul do Líbano.

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