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Texas (Reuters/EFE) – O furacão Rita, que perdeu força neste sábado e foi rebaixado a tempestade de categoria 1, atingiu áreas ricas em petróleo da fronteira entre os estados do Texas e Louisiana, com ventos de 193 quilômetros por hora e chuvas fortes que ameaçavam causar inundações generalizadas. A tempestade forte perdeu parte de sua força antes de invadir o continente, vinda do Golfo do México, mas ainda tinha fúria suficiente para provocar danos por toda parte.

Autoridades de toda a região disseram que os ventos fortes derrubaram árvores, destruíram edifícios e provocaram inúmeros incêndios em seu caminho do golfo para o norte. "Temos árvores atravessadas nas estradas. No centro vimos muitos estabelecimentos comerciais totalmente destruídos", disse George Mullican, porta-voz do Departamento de Polícia de Sulphur, Louisiana. "É perigoso demais enviar alguém para lá agora devido ao vento." No caminho do Rita estão muitas das maiores refinarias dos Estados Unidos, mas ainda não se sabia o que havia acontecido com elas. Uma das cidades mais atingidas foi Beaumont, Texas, onde começou a era do petróleo nos EUA, com a descoberta do poço de Spindletop, em 1901. Um incêndio tragou três edifícios no centro histórico de Galveston e um outro edifício desmoronou na mesma área quando o Rita varria a cidade- ilha.

O olho do furacão atingiu a terra no extremo sudoeste da Louisiana, uma área alagadiça e altamente povoada pouco a leste de Sabine Pass, Texas, informou o Centro Nacional de Furacões dos EUA, em Miami. Esta semana, o Rita chegou a ser um furacão de categoria 5 com ventos de 281 km/h, mas a velocidade dos ventos caiu para 193 km/h ao atingir a terra, transformando-o numa tempestade de categoria 3 na escala Saffir-Simpson, que vai até 5. Mais tarde, foi rebaixado categoria 1. A previsão é que uma onda de 4,5 a 6 metros caia sobre a região, que é baixa, com possibilidade de até 63 centímetrps de chuva. "Isso levará as águas do Golfo [do México] para o norte até o corredor da [rodovia] Interstate 10, de Beaumont a Lake Charles", apresentou o serviço meteorológico.

Contraste

O caminho da tempestade lembrou a muitos do furacão Audrey, que inundou o sudoeste da Louisiana em 1957, matando pelo menos 390 pessoas. "É igualzinho ao Audrey. Eu tinha 9 anos e foi terrível", disse Phillis Carbalan, de Lake Charles. Enquanto as autoridades advertiam que o Rita atingiria a região com um golpe catastrófico, no Bar Poop Deck, com vista para o Golfo do México, em Galveston, o clima era de descontração enquanto os clientes bebiam e observavam a rebentação. "A mãe-natureza deve torcer para os Yankee", disse a chef Samantha Gallion. "É como se ela estivesse furiosa com o litoral sul. Ela bate em todos nós", disse. "Estou brincando diante do desastre." A maior parte da área atingida pela tempestade estava deserta, depois que mais de 2 milhões deixaram a região, numa retirada em massa que se tornou caótica no Texas. Engarrafamentos de 160 quilômetros entupiram as rodovias que saíam de Houston, deixando milhares de motoristas presos nas estradas. Depois de passar horas em tráfego extremamente lento, eles ficaram sem gasolina. O caos se tornou fatal na sexta-feira, quando um ônibus que levava moradores de um lar para idosos em Houston explodiu perto de Dallas, matando 24 pessoas. Os tanques de oxigênio usados por muitas das vítimas explodiram no incêndio e transformaram o ônibus em destroços carbonizados.

As autoridades de Houston recomendaram que as milhares de pessoas que abandonaram a área metropolitana fugindo do furacão Rita ainda não retornem a seus lares. O prefeito da cidade, Bill White, disse em entrevista coletiva que Houston – que em princípio deveria sofrer com o impacto direto do Rita – parecia "ter escapado" com danos mínimos, principalmente causados pela queda de galhos de árvores. White disse também que houve 16 detenções durante a noite de sexta-feira por roubos em casas e saques a lojas. As autoridades estavam tentando avaliar os danos causados pelo Rita na cidade antes de poder anunciar oficialmente o retorno das milhares de pessoas retiradas, embora tudo indique que não houve danos grandes. Um empregado da empresa de fornecimento de energia Centerpoint disse ontem que cerca de 675 mil pessoas da área de Houston estavam sem luz, mais da metade nas áreas de Kingwood e Humble.

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