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O governo da Romênia ordenou nesta quarta-feira (5) a expulsão de dois diplomatas militares russos, em um agravamento das tensões entre Bucareste e Moscou após o cancelamento do primeiro turno da eleição presidencial romena devido a acusações de interferência da Rússia.
“As autoridades romenas decidiram declarar persona non grata o adido militar aéreo e naval em Bucareste da Federação Russa, bem como seu vice, por atos que violam a Convenção de Viena”, disse o Ministério das Relações Exteriores em um comunicado, segundo a agência Reuters, citando o documento que rege as relações diplomáticas.
A pasta não deu mais detalhes sobre as acusações, mas, segundo a agência France-Presse (AFP), a imprensa da Romênia informou que o nome do vice-adido teria aparecido em uma investigação sobre Calin Georgescu, candidato pró-Rússia que venceu o primeiro turno da eleição presidencial em novembro: de acordo com as reportagens, um assessor de Georgescu teria telefonado para a embaixada russa em Bucareste para tentar falar com o diplomata russo.
A agência de notícias estatal russa RIA informou que Moscou anunciou que responderá à expulsão dos diplomatas.
Após a vitória de Georgescu no primeiro turno da eleição romena no ano passado, a votação foi cancelada pelo Tribunal Constitucional da Romênia devido a acusações de interferência russa no processo. A eleição foi remarcada para 4 de maio.
Na semana passada, o Ministério Público denunciou Georgescu por seis acusações, incluindo declarações falsas sobre financiamento de campanha e por suposto apoio a simpatizantes da Guarda de Ferro, um movimento e partido político fascista e antissemita romeno da época da Segunda Guerra Mundial declarado ilegal no país.