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Washington – O ex-presidente norte-americano Ronald Reagan escreveu, em seus recém-lançados diários, que não gostou da arquitetura de Oscar Niemeyer quando a viu de perto, durante sua visita a Brasília em 1982. A viagem mereceu apenas um parágrafo em Os Diários de Reagan, que acaba de chegar às livrarias americanas, e nele o presidente sugeriu que entendia muito bem o fato de o então presidente brasileiro, general João Figueiredo, ter preferido não morar no Palácio da Alvorada.

"O palácio foi feito para ser a residência do presidente, mas ele vive em seu rancho (a Granja do Torto). Eu não o culpo. O palácio se parece com um edifício público, e não com uma residência. Você poderia acreditar que ali era a sede, extremamente moderna, de uma companhia de seguros", escreveu Reagan na terça-feira, 30 de novembro de 1982.

Como em outras passagens de seus diários, Reagan cometeu erros de grafia também ao se referir à sua passagem pelo Brasil — ainda que menores do que a famosa gafe que cometera ao dizer, numa saudação pública ao chegar à cidade, que estava feliz de estar na capital da Bolívia.

Nos diários ele errou tanto o nome do mandatário brasileiro, chamando-o de "presidente Figueredo", quanto o da residência oficial, denominando-a "Palácio de Alvarado". Outros dois presidentes brasileiros mereceram anotações de Reagan. "Sexta-feira, 1 de fevereiro. Visita do presidente-eleito Tancredo Neves, do Brasil", escreveu ele — sem acrescentar qualquer outro detalhe sobre a visita em 1985.

José Sarney, no entanto, ganhou mais espaço e inclusive um elogio, no ano seguinte. "Quarta-feira, 10 de setembro. Esse foi o dia do Brasil", começa o registro em que Reagan, mais adiante, anotou que em reunião privada com Sarney, na Casa Branca, depois "da costumeira cerimônia com parada militar, 21 tiros de saudação e tudo mais", disse-lhe que os EUA eram chamados de Colosso do Norte, mas que o Brasil era o Colosso do Sul "e juntos poderíamos ser uma grande força para o bem".

Reagan se gabaria, logo em seguida, do efeito causado por sua própria frase, acrescentando: "Ele (Sarney) gostou disso". E completou: "Acho que houve uma química entre nós e que podemos nos tornar aliados próximos.

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