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A Rússia não entregará a usina nuclear de Zaporizhzhia, controlada pelos militares do Kremlin desde março de 2022, à Ucrânia ou a qualquer outro país, declarou nesta terça-feira (25) o Ministério das Relações Exteriores do regime de Vladimir Putin em um comentário sobre reportagens da imprensa internacional.
"O retorno da usina ao setor nuclear russo é um fato consumado que a comunidade internacional deve reconhecer. Entregar as instalações da usina nuclear de Zaporizhzhia ou o controle dela para a Ucrânia ou qualquer outro país é impossível", enfatizou a diplomacia russa.
O Ministério das Relações Exteriores reagiu aos relatos da imprensa sobre a possível entrega da usina nuclear à Ucrânia, aos Estados Unidos ou a representantes de organizações internacionais, lembrando que as regiões de Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia foram “integradas” à Rússia em 2022, após referendos, que foram contestados pela comunidade internacional.
"Em 5 de outubro de 2022, foi assinado o decreto do presidente da Rússia 'Sobre as especificidades do controle legal sobre o uso da energia atômica na região de Zaporizhzhia', que estabeleceu o status legal dessa usina nuclear como uma instalação sob jurisdição russa", lembrou a pasta.
A diplomacia russa acrescentou que "todos os funcionários da usina são cidadãos da Rússia e suas vidas não podem ser jogadas fora, especialmente levando-se em conta os atos bárbaros que foram e continuam sendo cometidos pelos ucranianos" no território russo.
"A operação conjunta da usina nuclear de Zaporizhzhia com outro país também é inaceitável. Não há precedentes desse tipo na prática mundial", disse a agência, observando que, nesse caso, haveria problemas de segurança física e nuclear.
Ele também destacou que "a estreita cooperação dos países da Otan, que têm um potencial de inteligência impressionante, com a Ucrânia torna impossível até mesmo para os representantes desses países obter acesso temporário à usina nuclear de Zaporizhzhia".
"De acordo com a legislação internacional, incluindo as principais convenções do setor, a responsabilidade principal pela segurança nuclear e física cabe aos Estados em cujos territórios as usinas estão localizadas. No caso da usina nuclear de Zaporizhzhia, é a Rússia, e ninguém mais", concluiu o Ministério das Relações Exteriores.
O presidente dos EUA, Donald Trump, declarou recentemente que seu país poderia assumir a propriedade das usinas nucleares ucranianas como uma medida para garantir a segurança do país do Leste Europeu diante da ameaça russa.
Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, explicou posteriormente que as conversas sobre o assunto estão limitadas à usina de Zaporizhzhia.
O presidente ucraniano disse que a Ucrânia está aberta ao investimento e à assistência dos EUA para colocar a usina de volta em operação, se for possível recuperá-la para a Ucrânia nas negociações.
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