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Chineses conversam próximos da fronteira leste entre a China e Rússia: devolução à China das ilhas de Yinlong e metade de Heixiazi | Stringer / Reuters
Chineses conversam próximos da fronteira leste entre a China e Rússia: devolução à China das ilhas de Yinlong e metade de Heixiazi| Foto: Stringer / Reuters

A Rússia irá ceder 174 quilômetros quadrados de território para a China, resolvendo uma longa disputa territorial em relação à fronteira leste dos dois países, anunciaram nesta terça-feira (14) os ministérios das Relações Exteriores dos dois países.

Os dois rivais da Guerra Fria disputaram partes da fronteira nas décadas de 1960 e 1970, mas chegaram agora a um acordo.

"O acordo é resultado de anos de negociações e mostra nossa parceria estratégica", afirmou nesta terça-feira o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Qin Gang.

"O acordo é um passo concreto para os dois países implementarem um tratado de boa vizinhança e uma cooperação amigável."

O acordo determina que a Rússia entregue à China toda a ilha de Yinlong, conhecida na Rússia como Ilha Tarabarova, e metade da Ilha de Heixiazi, ou Bolshoi Ussuriysky, que não é habitada. As ilhas ficam na confluência dos rios Amur e Ussuri na Mandchúria, a cerca de 1,6 mil quilômetros ao nordeste de Pequim.

A disputa pela parte leste da fronteira de 4,3 mil quilômetros entre os dois países data de séculos atrás, quando a China imperial e a Rússia czarista se expandiram uma em direção à outra.

Anteriormente, a China exigia que as duas ilhas (Yinlong e Heixiazi) lhe fossem entregues em sua totalidade, afirmando que elas foram anexadas ilegalmente pela então União Soviética, em 1929. No entanto, desde a queda da União Soviética, os dois países vinham tentando encerrar a disputa territorial, encontrando uma causa em comum em oposição ao domínio ocidental e firmando relações militares e econômicas mais próximas.

Nesta terça-feira, foi realizada uma cerimônia em Heixiazi com diplomatas, militares, policiais e autoridades locais para comemorar o acordo.

Reforma militar

O governo russo também anunciou nesta terça uma reforma nas forças armadas, que colocará centenas de generais na reserva e debandará nove de cada dez unidades militares. Atualmente, o Exército da Rússia tem 1,3 milhão de militares, bem menos que os quatro milhões de soldados que contava a União Soviética, embora mantenha no papel o mesmo número de unidades.

Até 2012, a Rússia reduzirá suas forças armadas a 1 milhão de militares, dos quais 150 mil serão oficiais, informou o ministro da Defesa, Anatoly Serdyukov. Atualmente, o exército russo tem 355 mil oficiais, cerca de um terço da força total da arma. Serdyukov disse que o porcentual de oficiais é mais alto que em exércitos estrangeiros e precisa ser reduzido. Dos 1,1 mil generais do exército, 200 irão para a reserva.

Segundo ele, a estrutura do exército, ainda da era soviética, será abandonada com a debandada de divisões e regimentos e a formação de brigadas. O número de unidades do exército, embora muitas atualmente sejam fictícias, será reduzido de 1.890 para 172. O número de unidades na força aérea será cortado de 340 para 180 e o número de unidades navais será cortado de 240 para 123, ele disse. As informações são da Associated Press.

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