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Dimitri Medvedev e Kofi Annan | AFP
Dimitri Medvedev e Kofi Annan| Foto: AFP

O presidente russo, Dimitri Medvedev, afirmou neste domingo (25) que as propostas de Kofi Annan para Síria são "a última oportunidade" para evitar uma "guerra civil prolongada" e que a Rússia fará todo o possível para que elas sejam aplicadas.

Annan se encontrava neste domingo (25) em Moscou, como emissário da ONU e da Liga Árabe, para avaliar a disposição da Rússia em pressionar Damasco, seu aliado, para por fim à violência.

"Esperamos de verdade que seu trabalho (de Annan) seja concluído de maneira positiva para evitar uma guerra prolongada e sangrenta", disse o presidente russo ao se encontrar com Annan no aeroporto moscovita de Vnukovo.

Neste domingo, a violência causou 21 novas mortes, entre elas a de dez civis, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Durante o dia, prosseguiram os combates entre o exército e os desertores, e houve bombardeios na província de Damasco, nas regiões de Hama e Homs (centro), e nas províncias de Alepo (norte), Idleb (noroeste) e Deraa (sul), segundo os comitês locais de coordenação e o OSDH.

Ante este panorama, Medvedev, que em breve deixará o cargo em mãos de Vladimir Putin, prometeu a Annan aportar-lhe "toda a ajuda" possível.

"Contamos de verdade em poder ter a ajuda e os bons conselhos da Rússia", respondeu Annan.

A próxima etapa de Annan em seu esforço por encontrar uma solução ao conflito sírio será a China, onde estará na terça e quarta-feira.

A diplomacia russa, no entanto, reforçou em um comunicado a importância da "não intervenção nos assuntos sírios". Sergei Lavrov, ministro de Relações Exteriores da Rússia, disse por sua vez que a comunidade internacional deve consolidar sua cooperação com a missão de Annan. "Isso implica na não interferência em assuntos internos da Síria e no caráter inaceitável de um apoio a uma das partes no conflito", disse a chancelaria.

Rússia e China bloquearam duas resoluções do Conselho de Segurança da ONU que condenavam a repressão na Síria, estimando que os ocidentais faziam recair a responsabilidade só sobre o regime sírio, apesar de os insurgentes possuírem extremistas entre seus membros.

Finalmente, na quarta-feira, Moscou e Pequim votaram uma declaração do Conselho de Segurança que apoiava a mediação de Kofi Annan para terminar com a violência e pedia à Síria para que aplicasse o quanto antes suas propostas de solução.

O plano de Annan pede o fim de todas as formas de violência a todas as partes, sob a supervisão da ONU, assim como a entrega de ajuda humanitária e a liberação das pessoas detidas de maneira arbitrária.

Anteriormente, o presidente americano, Barack Obama, e o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, defenderam uma ajuda "não militar" aos rebeldes sírios, que incluía equipes de comunicação e material médico, segundo o conselheiro adjunto de segurança nacional dos Estados Unidos, Ben Rhodes.

Rússia, aliada da Síria desde a época soviética, se mostrou nos últimos dias impaciente com o regime de Damasco, ao qual pediu a aceitação imediata da demanda do Comitê Internacional da Cruz Vermelha de instaurar uma trégua diária. Também criticou a presidente Bashar al-Assad pelo grande atraso na aplicação de reformas.

Moscou, no entanto, insistiu que a oposição síria e seus apoios tomem parte na responsabilidade do conflito.

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