O gasoduto Nord Stream, que liga a Rússia à Alemanha, foi inaugurado nesta terça-feira (8), depois de um período de construção cercado de polêmica. Maior instalação do setor energético na Europa, o projeto de mais de US$ 10 bilhões foi alvo de protestos da Ucrânia e da Polônia, que temem ser marginalizadas nas negociações energéticas.
Os 1.224 quilômetros de dutos poderão transportar até 55 bilhões de metros cúbicos de gás por ano. Com o novo gasoduto, os exportadores russos podem evitar a passagem por Polônia e Ucrânia no caminho para os mercados mais lucrativos da Europa Ocidental.
O ministro das Relações Exteriores polonês, Radoslav Sikorski, chegou a comparar a construção ao pacto entre Hitler e Stalin, em 1939, para dividir secretamente o território da Polônia. O país importa da Rússia cerca de 90% do gás que consome.
A grande prejudicada, porém, deve ser a Ucrânia, cujos gasodutos atualmente transportam por ano até 150 bilhões de metros cúbicos de gás russo para a União Europeia. Com o novo gasoduto, o país perde poder nas negociações de preços da energia. Em 2006 e 2009, por exemplo, o governo ucraniano cortou várias vezes a passagem de combustível por seu território nas chamadas guerras do gás com a Rússia.
Críticas na Alemanha
Na Alemanha também há críticos, que veem no projeto um crescimento da dependência energética em relação à Rússia, especialmente depois da decisão de fechar todas as usinas nucleares alemãs nos próximos anos.
A obra faraônica é resultado de um acordo entre o ex-presidente russo Vladimir Putin e o antecessor de Merkel, Gerard Schroder. Ao todo, a gigante estatal russa Gazprom é responsável por um quarto da demanda europeia por gás. À cerimônia de inauguração do gasoduto, na pequena cidade alemã de Lubmin, compareceram também o primeiro-ministro da França, François Fillon, e o da Holanda, Mark Rutte.
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