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Os líderes de Rússia e Noruega anunciaram que fecharam um compromisso sobre a fronteira marítima no Mar de Barents, no Ártico. Com isso, eles encerram uma disputa de quatro décadas por uma região onde se acredita que exista uma vasta reserva de petróleo e gás natural. "Esta solução é mais que traçar uma linha sobre o oceano. É sobre desenvolver boas relações entre vizinhos", afirmou o primeiro-ministro norueguês, Jens Stoltenberg, em entrevista à imprensa ao lado do presidente russo, Dmitry Medvedev. "Isso unirá muito mais que dividirá, e se tornará uma ponte para a cooperação."

Desde 1970, a Noruega e a União Soviética mantêm uma disputa por uma área de 176 mil quilômetros quadrados no mar. "Eu estou feliz por virarmos essa página", disse Medvedev. "Se os problemas não são resolvidos definitivamente, isso causa uma tensão", avaliou o russo.

Canadá, Dinamarca, Noruega, Rússia e os Estados Unidos divergem sobre quem deve ter qual parte do Ártico, onde estima-se que existam 90 bilhões de barris de petróleo e 30% das reservas não descobertas de gás natural, segundo o Centro de Pesquisa Geológica dos EUA.

Essa rivalidade aumenta conforme o gelo polar derrete e novas tecnologias possibilitam a exploração de regiões antes inacessíveis. O surpreendente acordo anunciado nesta terça-feira "mostra que Noruega e Rússia não estão conduzindo uma política centrada na corrida por recursos ou na rivalidade, mas na cooperação", afirmou Stoltenberg.

O líder norueguês notou que o acordo é baseado na lei marítima internacional. Segundo ele, Rússia e Noruega dividirão quase igualmente os 176 mil quilômetros quadrados disputados. Já há vários grandes projetos em andamento para explorar grandes quantidades de petróleo e gás natural perto da área dividida pelo acordo desta terça-feira. O grande campo de gás Shtokman é desenvolvido no lado russo, enquanto no lado norueguês o campo de Snoehvit já está em operação. Está ainda havendo preparos para a exploração do campo petrolífero de Goliat, também pela Noruega.

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