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O presidente russo, Vladimir Putin
O presidente russo, Vladimir Putin| Foto: EFE/EPA/SERGEI CHIRIKOV

A Rússia exigiu explicações do embaixador da Alemanha em Moscou, Alexander Lambsdorff, sobre uma conversa entre militares alemães na qual discutiram possíveis ataques ucranianos à ponte da Crimeia com mísseis Taurus, informou o Ministério das Relações Exteriores russo nesta segunda-feira (4).

O diplomata, que foi convocado pelo ministério, teria sido chamado para explicar os supostos planos dos militares da Alemanha para fornecer assistência prática às Forças Armadas ucranianas no uso de mísseis alemães contra alvos em território russo.

Na opinião de Moscou, esses planos demonstrariam "o envolvimento do Ocidente, incluindo Berlim, no conflito sobre a Ucrânia".

O diplomata deixou o Ministério das Relações Exteriores da Rússia nesta segunda sem falar com a imprensa.

O aúdio

O áudio da conversa entre quatro militares alemães de alto escalão, incluindo o chefe da força aérea, foi divulgado na última sexta-feira (1º) pela RT e reconhecido como autêntico pelo Ministério da Defesa alemão, que já anunciou que iniciará uma investigação sobre o vazamento.

Na conversa, os interlocutores discutem as implicações técnicas e políticas do possível envio de mísseis Taurus para a Ucrânia - que o chanceler alemão, Olaf Scholz, rejeitou novamente nesta semana - e especulam sobre os alvos russos que Kiev poderia atacar com eles.

Berlim diz que "não se deve fazer o jogo de Putin"

O governo da Alemanha disse nesta segunda que não se deve fazer o “jogo das campanhas de desinformação” do presidente russo, Vladimir Putin, e qualificou como “absurda” a ideia de que o país esteja planejando uma guerra contra os russos após o vazamento dos áudios de altos oficiais militares alemães.

"É mais uma tentativa das muitas que temos visto de dividir a sociedade na Alemanha e na Europa. Não devemos fazer o jogo de Putin e é por isso que nestes casos devemos ter muito cuidado com o que é dito. Mas a ideia de que a Alemanha está planejando uma guerra contra a Rússia é absurda", disse o vice-porta-voz do governo, Wolfgang Büchner.

“Isto [a narrativa russa] é usado para reforçar a história de um Ocidente agressivo e para fazer as pessoas esquecerem que é a Rússia que trava uma guerra de agressão há dois anos”, acrescentou.

Sobre os áudios divulgados, o porta-voz da Defesa da Alemanha, Mitko Müller, disse que eles deixaram claro que não havia autorização para o envio de mísseis Taurus à Ucrânia e que a Alemanha tinha de evitar tornar-se uma parte na guerra.

Na Alemanha tem havido um debate há semanas sobre a necessidade de fazer mais pela Ucrânia e sobre a possibilidade de enviar o Taurus.

"Até 2024, a Alemanha contribuiu com 7 bilhões para a Ucrânia, é o país que mais contribui para a Ucrânia na Europa. A Alemanha não precisa de lições sobre como apoiar mais a Ucrânia. Em nenhum dos países que fazem menos existe um debate como o nosso”, disse Wagner.

A presença do embaixador da Alemanha nesta segunda na sede do Ministério das Relações Exteriores russo, segundo o governo alemão, ocorreu por causa de uma convocação emitida há algum tempo e não estaria relacionada com os áudios.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, descreveu a reação de Berlim como "curiosa", pois estava “mais preocupado com o vazamento do que com o conteúdo da conversa”.

"Ou seja, o próprio fato de haver preparativos para armamentos alemães, para especialistas alemães operando essas armas, para ataques contra a Rússia, incluindo a ponte da Crimeia, não os surpreende. E isso diz muito", disse o chefe da diplomacia russa durante uma conferência na cidade de Sochi. (Com Agência EFE)

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