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Desafiando uma onda de críticas domésticas e internacionais, a Rússia caminha para a proibição da adoção de crianças russas por norte-americanos. A câmara alta do Parlamento votou com unanimidade a favor da medida, que deve se tornar lei com a assinatura do presidente Vladimir Putin. Dias atrás, a câmara baixa já havia aprovado o projeto.

A medida é amplamente vista como uma retaliação da Rússia contra a lei norte-americana que define sanções contra russos que violarem os direitos humanos. A aprovação ocorre no momento em que Putin aprofunda sua atitude de confronto em relação ao Ocidente.

Dezenas de crianças russas que estavam próximas de serem adotadas por famílias norte-americanas agora deverão ser impedidas de deixarem o país. Mais de 60 mil crianças russas foram adotadas nos Estados Unidos nos últimos 20 anos. Segundo a Unicef, existem cerca de 740 mil crianças órfãs na Rússia.

A medida gerou fortes críticas tanto dos Estados Unidos quanto de autoridades russas, ativistas e artistas, que afirmam que a lei prejudica as crianças por privá-las da chance de ter uma família.

Sete pessoas que protestavam em frente ao Parlamento antes da votação foram detidas. "As crianças acabam congeladas na Guerra Fria", dizia um cartaz. Cerca de 60 pessoas protestaram em São Petersburgo, a segunda maior cidade da Rússia.

Unicef

A agência das Nações Unidas de defesa às crianças, Unicef, pediu ontem às autoridades russas que não proíbam as adoções internacionais. "Pedimos ao governo que estabeleça um plano amplo de proteção social nacional para ajudar as famílias russas. As alternativas à colocação de crianças em instituições especiais são essenciais, entre elas famílias de acolhimento, adoções domésticas e adoções internacionais", disse o diretor executivo da Unicef, Anthony Lake.

Em comunicado, a Unicef afirmou que o bem estar das crianças não deveria ser um assunto político.

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