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Entulho: capacetes e roupas militares  abandonados após o cessar-fogo. | Louisa Gouliamaki/AFP
Entulho: capacetes e roupas militares abandonados após o cessar-fogo.| Foto: Louisa Gouliamaki/AFP

Um general russo disse ontem que suas tropas na Geórgia irão continuar a patrular um porto estratégico, no Mar Negro, ainda que a cidade esteja fora das "zonas de segurança" onde os russos alegam ter direito de manter seus soldados.

O comunicado feito pelo general Anatoly Nogovitsyn, divulgado por agências de notícias russas, veio um dia depois de a Rússia anunciar a retirada das tropas da Geórgia, após um acordo de cessar-fogo fechado com a União Européia.

Em Moscou, uma autoridade senior da Defesa disse que as tropas russas patrulhariam Poti, embora a cidade esteja fora da "zona de responsabilidade" russa.

A Rússia interpreta que o acordo permite que eles mantenham uma substancial presença militar na Geórgia, um ponto fortemente disputado pelos Estados Unidos, França e Grã Bretanha.

As retirada das tropas russas permitiu que os residentes da cidade central e estratégica de Gori começassem a retornar a suas casas, duas semanas depois de terem fugido por causa dos ataques aéreos russos e avanço das tropas.

Controle militar

Em reação à manutenção de postos de controle militar russos fora das regiões separatistas, o Parlamento da Geórgia aprovou ontem a prorrogação do "estado de guerra’’ no país por mais duas semanas. Segundo o governo da Geórgia, a retirada, que Moscou declarou concluída, foi apenas parcial e descumpriu o cessar-fogo, que não estabeleceu um calendário para a saída das tropas – brecha que os russos tentam usar para prolongar indefinidamente a presença no país.

Uma multidão de pessoas e muitos carros congestionaram os acessos à cidade ontem e a polícia georgiana tentava controlar o retorno em massa estabelecendo pontos de fiscalização – um eco irônico do controle russo que cercava a cidade um dia antes.

Aqueles que conseguiram retornar encontraram uma cidade destruída por bombas, sofrendo com a falta de alimentos e dominada pela dor.

O mais movimentado porto da Geórgia para petróleo e derivados é o de Batumi, mais ao sul, mas Poti pode carregar 100 mil barris por dia de derivados de petróleo, que chegam por trem do Azerbaijão.

A guerra começou quando a Geórgia atacou sua província separatista da Ossétia do Sul em 7 de agosto. A Rússia lançou um contra-ataque feroz no dia seguinte, que primeiro desalojou os soldados georgianos da província. Em seguida, o exército russo invadiu o centro e o oeste da Geórgia. A guerra durou cinco dias.

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