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Rússia
Ditador russo, Vladimir Putin: serviço de espionagem de Moscou busca meios mais baratos de vigiar países europeus| Foto: EFE/EPA/MIKHAIL METZEL/SPUTNIK/KREMLIN

Uma investigação liderada pela Polônia e publicada pelo jornal The Wall Street Journal, na semana passada, revelou que a Rússia criou uma rede de recrutamento de espiões para operar discretamente pela Europa.

Segundo informações obtidas pelas autoridades polacas, Moscou recrutava jovens marginalizados, principalmente imigrantes, em aplicativos de conversa, como o Telegram, para realizar "missões" de sabotagem e vigilância dentro de países europeus. Ao todo, 15 indivíduos já foram descobertos como recrutados pelo serviço de espionagem russo, desde o ano passado.

Somente na Polônia, há nove pessoas detidas sob essa suspeita. O primeiro-ministro Donald Tusk disse à emissora TVN24 que os atos incluíram até “espancamentos, incêndio criminoso e tentativa de incendiar locais”. Entre os envolvidos nas investigações estão refugiados ucranianos e bielorrussos.

Um dos casos de maior destaque usado como prova da ação de Moscou é o de Maxim Leha, um refugiado de 22 anos que se envolveu na suposta rede de espionagem russa após aceitar uma oferta de emprego em um aplicativo de mensagens.

Inicialmente, ele foi convocado para a simples tarefa de pintar grafites em ruas da Polônia. Depois, as ações foram ganhando maior relevância, como por exemplo com uma ordem para instalar câmeras em linhas ferroviárias estratégicas do país.

Em uma prisão na cidade polaca de Lublin, Leha confirmou que aceitou ofertas de emprego nos aplicativos, no entanto alegou que não suspeitava da sua verdadeira natureza, inicialmente. “Foi dinheiro fácil”, disse ele. Além do refugiado, outros 14 jovens enfrentam julgamentos nesse sentido.

A tática usada por Moscou é um dos mais recentes esforços do Kremlin para burlar a segurança desses países, especialmente quando muitos deles expulsaram diplomatas russos - mais de 600 já tiveram que deixar as embaixadas por acusações de espionagem.

Os jovens marginalizados que vivem em países da Europa, muitas vezes sem ligações com os governos, surgem como figuras ideais para desempenhar tarefas que, embora críticas para o regime de Putin, não requerem habilidades especializadas.

A Polônia e seus aliados do Ocidente consideram a iniciativa uma estratégia barata e de baixo risco para o Kremlin, permitindo a Moscou recolher informações cruciais com um investimento e exposição mínimos.

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