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Enquanto tropas russas começam a deixar províncias separatistas, Medvedev garante que país não está sendo ameaçado por uma "nova versão da Guerra Fria" | David Mdzinarishvili / Reuters
Enquanto tropas russas começam a deixar províncias separatistas, Medvedev garante que país não está sendo ameaçado por uma "nova versão da Guerra Fria"| Foto: David Mdzinarishvili / Reuters

O presidente da Rússia, Dmitry Medvedev, afirmou que as tropas russas concluirão a retirada da Geórgia ainda nesta quarta-feira (8). Horas depois, foi anunciado o fim da retirada russa da região.

"Eu gostaria de informar a vocês que até a meia-noite de hoje (desta quarta), a retirada das tropas russas estará completa", afirmou Medvedev durante uma conferência sobre política internacional, na cidade de Evian, nos Alpes franceses.

O ministro do Interior da Geórgia, Shota Utiashvili, disse à Associated Press que a retirada russa é um gesto positivo, mas acrescentou que seu país não a considerará completa até que os militares russos deixem a cidade de Akhalgori, perto da Ossétia do Sul, e o município de Kodori Gorge, vizinho a outra província separatista, a Abkházia.

"Nós acreditamos que esse foi um passo na direção certa, mas não significa que a retirada esteja completa", disse Utiashvili.

A Rússia vinha ocupando posições em uma zona-tampão em torno das províncias separatistas da Ossétia do Sul e da Abkházia. Sob um acordo mediado pelo presidente francês, Nicolas Sarkozy, também presidente de turno da União Européia, Moscou tem até sexta-feira para retornar a posições ocupadas antes da breve guerra em agosto com Tbilisi, dentro da área das províncias.

Medvedev pediu também que os 200 observadores da UE enviados para a área "evitem qualquer provocação do regime de Tbilisi".

Os observadores europeus se recusaram a fazer qualquer comentário, nesta quarta-feira, sobre as reclamações da Geórgia de que a retirada ainda não foi completa. O chefe da missão européia de observadores, Hansjorg Haber, definiu a retirada russa como "um acontecimento muito positivo". Segundo ele, a missão européia "também parte do ponto de vista de que a retirada estará completa até a sexta-feira, e o que ocorreu hoje (nesta quarta) é uma confirmação disso".

Em Washington, o Departamento de Estado do governo americano disse que a retirada russa é bem-vinda. "A Rússia cumpre, de fato, com o acordo firmado em 8 de setembro sob a mediação da União Européia", disse o porta-voz do departamento, Sean McCormack.

O presidente russo agradeceu ainda o "papel construtivo" do bloco europeu para a resolução do conflito. Ainda criticou veladamente os Estados Unidos, ao afirmar que outras forças do mundo estão "relutantes ou incapazes de fazer o mesmo".

O presidente francês disse que a atitude russa abria caminho para um "ambicioso" acordo de parceria entre a Rússia e a União Européia. Segundo Sarkozy, esse eventual acordo seria ambicioso "tanto na abrangência quanto na intensidade da cooperação".

Medvedev também disse que era hora de "desistir da retórica de confrontação". "Nada fatal ou irreparável ocorreu", apontou o líder russo. "Nós não estamos sendo ameaçados por uma nova versão da Guerra Fria", completou.

O confronto entre Rússia e Geórgia começou quando tropas georgianas atacaram a Ossétia do Sul, em 7 de agosto. Moscou interveio, expulsando essas tropas e tomando posições no território do país vizinho. Os países ocidentais condenaram a ocupação russa e o fato de o governo russo reconhecer as províncias da Ossétia do Sul e da Abkházia como independentes.

A Rússia ainda pretende manter perto de oito mil soldados nas regiões separatistas, o que para as nações ocidentais viola o acordo de paz. Também nesta quarta-feira, o ministro de Defesa russo, Anatoly Serdyukov, disse que o Exército do país seria reduzido em mais de 100 mil homens até 2012. A intenção é reduzir as tropas dos atuais 1,13 milhão de soldados para 1 milhão. O país está reduzindo o serviço militar obrigatório de dois anos para um. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

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