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A Rússia se uniu neste sábado a uma longa lista de países que combatem o tabagismo após a entrada em vigor de uma restritiva lei que proíbe as pessoas de fumarem em lugares públicos, em uma das nações do mundo com maior incidência deste hábito.

Pelo menos 60% dos homens e 20% das mulheres fumam na Rússia, onde todos os anos morrem ao redor de 400.000 pessoas por doenças causadas pelo consumo do tabaco.

"O cumprimento de todas as medidas incluídas na lei permitirá reduzir o consumo do tabaco em até 40 ou 50% no futuro, e reduzir a mortalidade por doenças associadas ao tabagismo em até 200.000 pessoas ao ano", disse o porta-voz do Ministério da Saúde russo, Oleg Salagai.

A partir de hoje será proibido fumar em locais de trabalho, transportes e estações públicas, aeroportos, centros de saúde e educativos, instituições públicas, postos de gasolina, zonas infantis, instalações esportivas, elevadores, centros culturais e inclusive em escadas dos edifícios.

Daqui a um ano, a partir de 1º de junho de 2014, também não se poderá consumir tabaco em restaurantes, cafés, hotéis, lojas, shoppings, aviões e trens e navios de longa distância.

"O importante é que crianças e adolescentes não comecem a fumar, que não possam comprar cigarros, que esses cigarros não se vejam nas prateleiras das lojas, que quando cheguem com seus pais em uma cafeteria não vejam ninguém fumando", disse a ministra da Saúde, Veronica Skvortsova, citada pela agência "Interfax".

A ministra rejeitou as críticas à dureza da lei, sobretudo na parte que determina que não se poderá fumar nas escadas, onde muitos russos encontram abrigo para consumir tabaco sem incomodar os outros.

Skovrtsova frisou que leis similares aprovadas em outros países se mostraram muito efetivas para reduzir o número de fumantes.

"Muitos países percorreram o caminho que começamos agora. Japão e Finlândia reduziram a mortalidade em 70% em 15 anos graças a medidas integrais", disse a ministra.

A partir de 2014, a venda de tabaco será proibida em bancas de jornais e centros hoteleiros. A nova legislação também proíbe toda publicidade de cigarro, inclusive na internet, e limita as possibilidades de patrocínio por parte das indústrias do setor.

Além disso, estabelece preços mínimos legais e aumenta os impostos sobre o tabaco, uma medida muito importante para um país onde um maço de cigarros de primeira marca americana custa aproximadamente apenas US$ 1.

Embora 91% dos russos está a par da entrada em vigor da lei, segundo uma pesquisa do instituto de opinião pública VTSIOM, um terço da população não acredita que se deixará de fumar em lugares públicos.

Apenas 8% dos russos acreditam que a lei será cumprida com todo rigor, enquanto mais da metade (54%) acha que ela será respeitada "em certa medida", segundo um estudo do Centro Levada.

Em relação às sanções, a polícia de Moscou se limitará durante um tempo a advertir as pessoas que não cumpram com a nova legislação.

"Haverá um período de adaptação no qual nos limitaremos às advertências verbais. Mas mais adiante projetaremos um mecanismo para determinar que agentes deverão fazer as denúncias administrativas" pelo descumprimento da lei antitabaco, explicou o chefe da Direção geral da Polícia de Moscou, Anatali Yakunin.

Com a entrada em vigor da lei, a Rússia completa o compromisso com a Organização Mundial da Saúde (OMS) ao qual aderiu em janeiro de 2008, que estipula uma proibição total da publicidade do tabaco em um prazo de cinco anos desde sua ratificação.

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