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Atualizado em 25/11/2006, às 13h50

Moradores tentam retomar a vida em Sadr, onde atentado matou mais de 200 pessoas no Iraque BAGDÁ - O toque de recolher declarado quinta-feira em Bagdá continua em vigor neste sábado, dada a continuidade dos atos vingança contra a comunidade sunita em vários pontos do Iraque, onde 33 pessoas morreram e os corpos não identificados de mais de 20 foram achados pela polícia desde a noite de sexta-feira.

Neste sábado fontes militares dos Estados Unidos afirmaram que pelo menos 22 insurgentes morreram após dois combates travados com tropas americanas ao norte de Bagdá . Pelo menos 12 foram mortos em um único ataque a um veículo que teria ignorado a ordem de parar em uma barreira policial ao norte de Bagdá.

Na sexta-feira, um dia depois do pior atentado no país desde a invasão americana, em 2003, homens armados queimaram casas e mesquitas em uma área sunita de Bagdá, apesar dos pedidos de calma das autoridades. Cerca de 30 pessoas morreram, segundo a polícia, no ataque das milícias xiitas, que passaram horas agindo sem se incomodar com o toque de recolher imposto na capital depois da série de carros-bomba que matou 202 pessoas na quinta-feira no bairro xiita de Sadr City - atentado classificado pela Casa Branca como "deploráveis" e "absurdo" .

O presidente iraquiano, Jalal Talabani, adiou uma viagem que faria neste sábado ao Irã para se reunir com seu colega iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, devido ao fechamento do Aeroporto Internacional de Bagdá, que está inoperante desde quinta-feira, e a sua participação na rodada de conversas para o alcance de soluções políticas para a crise.

Talabani se reuniu neste sábado com representantes das principais formações políticas de todas as comunidades após o aumento dos confrontos sectários. O presidente afirmou que "a reunião foi um sucesso e que todas as partes concordaram em participar do governo de união nacional".

As declarações de Talabani foram feitas logo após o encontro com os membros do Conselho Político da Segurança Nacional, no qual também esteve presente o presidente da região de Curdistão, Massoud Masoud Barzani.

Na sexta-feira, Bagdá foi cenário de vários atentados, vistos como atos de vingança. Grupos xiitas atacaram com morteiros e granadas bairros sunitas como o de Hurriya, onde 30 pessoas morreram e quatro mesquitas foram queimadas, segundo fontes policiais e testemunhas. Além disso, as facções xiitas do Exército Mehdi mataram dois guardas da mesquita Samarrai, no bairro de Al Amil, na zona oeste de Bagdá.

Em Nova Bagdá, homens não identificados mataram um imame de uma mesquita sunita, disseram fontes policiais.

Os bairros sunitas das outras províncias iraquianas também foram alvos de outros ataques.

Na região sunita de Bab Suleiman, ao sul da cidade de Basra (550 quilômetros ao sul de Bagdá), um grupo feriu oito pessoas depois do lançamento de 16 morteiros.

No noroeste de Bagdá, na localidade de Tuz Kharmatu, a explosão de uma bomba na mesquita de Al Wahhab deixou três feridos.

Por sua vez, fontes do Ministério do Interior disseram hoje que, nas últimas 24 horas, patrulhas do Exército iraquiano encontraram 30 corpos não identificados e com marcas de tiros e claros sinais de tortura em diferentes bairros de Bagdá.

O toque de recolher imposto em Bagdá também não conseguiu impedir que milhares de xiitas do distrito de Sadr City lembrassem o oitavo aniversário da morte de Mohammed Sadr, pai do clérigo radical Moqtada al Sadr, assassinado pelo serviço secreto de Saddam Hussein.

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