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Bagdá (AFP) – O presidente deposto iraquiano Saddam Hussein afirmou ontem, por ocasião da retomada de seu julgamento, que parou de se alimentar há três dias. A próxima audiência foi marcada para o dia 28 de fevereiro. "Estamos em greve de fome", disse o ex-ditador, referindo-se aos outros sete acusados no mesmo processo. Saddam fez essa declaração ao se sentar no banco dos réus na abertura da 12.ª sessão do processo.

Saddam Hussein e seus partidários são julgados pelo Alto Tribunal Penal pelo massacre de 148 camponeses xiitas, depois de um ataque ao comboio presidencial em 1982 em Dujail, ao norte de Bagdá. Eles podem ser condenados à pena de morte.

O ex-vice-presidente Taha Yassine Ramadan perguntou por que ele era conduzido à força e sem advogado. O presidente do tribunal, Raouf Rachid Abdel Rahman, respondeu: "Porque seus advogados os abandonaram e deixaram o país. É por isto que seremos obrigados a colocar à sua disposição advogados de ofício, segundo a lei de 1971. Foi você que fez esta lei".

O partido Baath ocupou o poder no Iraque de 1968 a 2003. "Isto não é um processo, é uma série de TV", queixou-se Saddam Hussein. O chefe do tribunal bateu com seu martelo na mesa para obrigá-lo a se calar. "Você deveria bater era na sua cabeça", revidou o ditador deposto.

Enquanto um ex-dirigente dos serviços de segurança testemunhava atrás de uma cortina, Ramadan retomou a palavra: "Vocês não nos deixam falar, vocês caçam nossos advogados, vocês conduzem as testemunhas à força e nós não vemos aqueles que testemunham contra nós. Que eles saiam para que nós os vejamos". A testemunha anônima, visivelmente impressionada por estar diante dos dirigentes do regime deposto, afirmou: "Já dei todas as informações que possuía. Eu era um simples empregado dos serviços de informação".

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