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O ex-ditador iraquiano Saddam Hussein testemunhou pela primeira vez nesta quarta-feira no julgamento contra ele por crimes contra a Humanidade. Ele chamou o tribunal de uma "comédia contra Saddam Hussein e seus camaradas".

Anteriormente, Saddam já reconhecera que ordenou a execução de 148 xiitas na década de 80.

O juiz que preside o julgamento, Raouf Abdel-Rahman, decidiu retirar os jornalistas da sessão depois que Saddam convocou os iraquianos a "resistir aos invasores".

- Eu convoco os iraquianos a começarem a resistir aos invasores - disse Saddam no tribunal, condenando os assassinatos entre compatriotas.

Ele pediu que o povo iraquiano evite uma guerra civil porque, caso contrário, vai viver "na escuridão e em rios de sangue".

O ex-líder iraquiano e sete colaboradores de seu governo são acusados da morte de 148 xiitas no povoado de Dujail, após uma tentativa de atentado contra Saddam, em 1982. Eles podem ser condenados a enforcamento.

O correspondente da rede americana CNN Nic Robertson, que estava na corte, disse que Saddam se descreveu como "o presidente do Iraque".

- Ele disse que foi o comandante das forças militantes no Iraque. Esta é a primeira vez que Saddam Hussein se colocou como o líder das forças insurgentes no Iraque - disse Robertson, de acordo com o site da CNN.

Ainda segundo a CNN, Saddam também fez declarações dirigidas ao povo iraquiano sobre a violência sectária que tomou o país desde um bombardeio contra uma importante mesquita xiita, no mês passado. O ex-ditador teria afirmado que tem certeza de que os iraquianos não tem qualquer relação com o atentado.

O juiz Raouf Abdel-Rahman retrucou dizendo que o acusado não tem direito de expressar opiniões políticas no tribunal.

Os promotores esperam que o caso de Dujail seja mais fácil de ser provado do que outras suspeitas de genocídio sob responsabilidade de Saddam.

O ex-ditador condena a corte como uma criação da ocupação militar americana. As sessões anteriores do julgamento foram dominadas por acessos de fúria de Saddam, que também boicotou várias audiências e realizou uma greve de fome de 11 dias.

O meio-irmão de Saddam, o ex-chefe de Inteligência Barzan Hassan, também testemunhou nesta quarta-feira e disse que as acusações são inventadas. ( saiba mais )

Outro acusado, o ex-juiz que presidia a Corte Revolucionária iraquiana Awad Bandar, admitiu na segunda-feira que sentenciou os 148 xiitas à morte, mas sustentou que eles receberam um julgamento justo e que confessaram ter tentado assassinar Saddam.

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