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Acordo

Sai lista dos primeiros 477 palestinos a serem soltos

Grande parte dos prisioneiros que Israel trocará pelo soldado Gilad Shalit, capturado em 2006 pelo Hamas, cumpre pena perpétua por terrorismo

Um forte esquema de segurança foi armado para o transporte dos palestinos presos até a fronteira com Gaza e o Egito | Jack Guez/AFP
Um forte esquema de segurança foi armado para o transporte dos palestinos presos até a fronteira com Gaza e o Egito (Foto: Jack Guez/AFP)
A mãe de Adnan Maragha comemora sua libertação para breve, em Jerusalém |

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A mãe de Adnan Maragha comemora sua libertação para breve, em Jerusalém

Mais da metade dos prisioneiros palestinos que Israel colocará em liberdade na terça-feira, em troca do soldado Gilad Shalit, cumpre pena de prisão perpétua por acusação de terrorismo. É o que informa a lista divulgada ontem pelo serviço penitenciário israelense, que inclui 477 nomes que formam a primeira leva de prisioneiros a serem libertados.

Pelo acordo fechado entre Israel e o grupo extremista Hamas, dentro de dois meses será a vez de um segundo grupo sair da cadeia, totalizando 1.027 palestinos em troca do soldado israelense.

Em meio aos preparativos para a troca de presos prevista para amanhã, parentes de vítimas de atentados entraram com recursos na Suprema Corte de Israel, na última tentativa de barrar o acordo.

Um deles foi Yitzchak Maoz, que perdeu a filha Tehila, então com 18 anos, no atentado suicida em uma pizzaria de Jerusalém, em 2001. Na explosão morreram 15 pessoas, entre eles o brasileiro Giora Balazs.

Na lista de perdoados também está Ahlam Tamimi, de 31 anos, condenada a 16 penas de prisão perpétua. Foi ela quem levou o suicida até a pizzaria.

Para o pai da vítima, o acordo encorajará mais atos de violência. "Isso aumentará o terrorismo no país e em todo o mundo", disse Maoz, afirmando que tem pouca esperança de que o Supremo acate os recursos.

Com base em trocas de prisioneiros feitas no passado, pode-se esperar que os juízes considerem a decisão uma prerrogativa do governo e não se intrometam.

Embora o clima entre os israelenses seja de festa e alívio, após cinco anos de expectativa e campanha nacional pela libertação de Shalit, os recursos no Supremo refletem uma preocupação. Como se previa, a lista divulgada ontem não inclui alguns prisioneiros de alto calibre político, como o líder da segunda intifada (levante palestino), Marwan Barghouti.

Porém, entre os que serão libertados estão 288 prisioneiros que cumpriam prisão perpétua. A sentença mais alta a ser anulada pelo acordo é a de Walid Abdel-Hadi, de 31 anos, condenado a 36 penas perpétuas. Este número geralmente equivale ao de mortes causadas pelos ataques que o réu cometeu.

Destinos

A previsão é de que o soldado israelense seja levado amanhã para o Egito, de onde seguirá de helicóptero para Israel. Já os prisioneiros palestinos libertados serão enviados à Faixa de Gaza (mais da metade), outra parte para a Cisjordânia e seis para Israel. Outros 41 serão expulsos do país.

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