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Um forte esquema de segurança foi armado para o transporte dos palestinos presos até a fronteira com Gaza e o Egito | Jack Guez/AFP
Um forte esquema de segurança foi armado para o transporte dos palestinos presos até a fronteira com Gaza e o Egito| Foto: Jack Guez/AFP

Rumo ao Brasil

Marido de brasileira será libertado

Para a brasileira Lamia Maruf, o nome mais importante da lista divulgada ontem é o de Tawfic Abdallah, seu marido, preso desde 1986 em Israel. Quando liberado, Abdallah seguirá para a aldeia de Dir Balut, onde vive sua família, na Cisjordânia.

Apesar de a família possuir passaporte palestino, reconhecido pelo Brasil, eles preferem esperar a devida liberação para que ele venha ao Brasil.

A própria Lamia ficou presa por 11 anos, e foi liberada e deportada em 1997. Os dois foram presos após serem acusados pelo assassinato do soldado israelense David Manos, sequestrado e morto dois anos antes. O carro utilizado para o sequestro do soldado foi alugado com o passaporte brasileiro de Lamia.

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Mais da metade dos prisioneiros palestinos que Israel colocará em liberdade na terça-feira, em troca do soldado Gilad Shalit, cumpre pena de prisão perpétua por acusação de terrorismo. É o que informa a lista divulgada ontem pelo serviço penitenciário israelense, que inclui 477 nomes que formam a primeira leva de prisioneiros a serem libertados.

Pelo acordo fechado entre Israel e o grupo extremista Hamas, dentro de dois meses será a vez de um segundo grupo sair da cadeia, totalizando 1.027 palestinos em troca do soldado israelense.

Em meio aos preparativos para a troca de presos prevista para amanhã, parentes de vítimas de atentados entraram com recursos na Suprema Corte de Israel, na última tentativa de barrar o acordo.

Um deles foi Yitzchak Maoz, que perdeu a filha Tehila, então com 18 anos, no atentado suicida em uma pizzaria de Jerusalém, em 2001. Na explosão morreram 15 pessoas, entre eles o brasileiro Giora Balazs.

Na lista de perdoados também está Ahlam Tamimi, de 31 anos, condenada a 16 penas de prisão perpétua. Foi ela quem levou o suicida até a pizzaria.

Para o pai da vítima, o acordo encorajará mais atos de violência. "Isso aumentará o terrorismo no país e em todo o mundo", disse Maoz, afirmando que tem pouca esperança de que o Supremo acate os recursos.

Com base em trocas de prisioneiros feitas no passado, pode-se esperar que os juízes considerem a decisão uma prerrogativa do governo e não se intrometam.

Embora o clima entre os israelenses seja de festa e alívio, após cinco anos de expectativa e campanha nacional pela libertação de Shalit, os recursos no Supremo refletem uma preocupação. Como se previa, a lista divulgada ontem não inclui alguns prisioneiros de alto calibre político, como o líder da segunda intifada (levante palestino), Marwan Barghouti.

Porém, entre os que serão libertados estão 288 prisioneiros que cumpriam prisão perpétua. A sentença mais alta a ser anulada pelo acordo é a de Walid Abdel-Hadi, de 31 anos, condenado a 36 penas perpétuas. Este número geralmente equivale ao de mortes causadas pelos ataques que o réu cometeu.

Destinos

A previsão é de que o soldado israelense seja levado amanhã para o Egito, de onde seguirá de helicóptero para Israel. Já os prisioneiros palestinos libertados serão enviados à Faixa de Gaza (mais da metade), outra parte para a Cisjordânia e seis para Israel. Outros 41 serão expulsos do país.

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