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Os chanceleres da Colômbia, Maria Angela Holguin e da Venezuela, Nicolas Maduro: encontro bem-sucedido | Rodrigo Arangua/AFP
Os chanceleres da Colômbia, Maria Angela Holguin e da Venezuela, Nicolas Maduro: encontro bem-sucedido| Foto: Rodrigo Arangua/AFP

Equador

Colombiano devolve computador

Agência Estado

O novo governo colombiano, do presidente Juan Manuel dos Santos, dedicou as primeiras horas de trabalho a costurar um acordo para o restabelecimento das relações com seus vizinhos problemáticos. A tarefa começou a ser cumprida ainda na noite de sábado, dia da posse de Santos, que entregou ao presidente equatoriano, Rafael Correa, um dos computadores apreendidos da guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

O computador, com informações sobre os planos das Farc e documentos mostrando as relações da guerrilha com os governo da Venezuela e do Equador, havia sido apreendido no acampamento bombardeado pelo Exército da Colômbia em território equatoriano, em março de 2008.

A primeira reunião da nova chanceler colombiana, Maria Angela Holguín, foi com o chanceler equatoriano, Ricardo Patiño, no Palácio San Carlo. Após o encontro, Holguín citou a entrega do computador a Correa e disse que seu governo prosseguirá devolvendo o material apreendido no Equador.

Lula foi "fundamental" na mediação da crise

Da Redação, com agências

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi fundamental na busca de solução ao embate diplomático dos vizinhos Colômbia e Vene­­zuela, destacou o embaixador co­­lombiano em Buenos Aires, Ál­­varo García Jimé­­nez. Em entrevista a uma emissora de rádio, ele afirmou que Lula serviu como "ponte para resolver as diferenças" entre os países.

Na mesma entrevista, Jiménez não poupou elogios também ao trabalho do ex-presidente da Argentina Néstor Kirchner, que é atualmente secretário-geral da União de Nações Sul-Americanas (Unasul). Segundo o embaixador, Kirchner tem feito um trabalho "sério e silencioso, com muito bom ânimo".

Kirchner e Lula mantiveram reunião com o presidente venezuelano, Hugo Chávez, em Cara­­cas, pouco antes de assistirem à posse do novo presidente colombiano Juan Manuel Santos, no sá­­bado. Embora tanto o presidente brasileiro quanto Kirchner e ou­­tras autoridades regionais te­­nham se oferececido para mediar a crise, Santos afirmou que prefere o diálogo direto com Caracas.

Mas a atuação do presidente Lula no caso recebe críticas do­­més­­ticas. Pelo fato de o ponto ne­­vrálgico da tensão na região – a ação das Farc – envolver também a fronteira amazônica brasileira, políticos e sociedade civil cobram de Brasília uma maior cooperação em questões de segurança com o governo colombiano.

Apenas três dias depois de ser empossado presidente da Colôm­­bia, Juan Manuel Santos recebe amanhã em seu país o colega ve­­nezuelano Hugo Chávez, no primeiro encontro direto para tentar refazer as relações bilaterais.

O anúncio foi feito ontem na chancelaria colombiana, após quase três horas de reunião entre os ministros das Relações Exterio­­res dos dois países e o secretário-geral da União de Nações Sul-Ame­­ricanas (Unasul), Néstor Kirchner.

Foi uma declaração rápida, e não se aceitaram perguntas de jornalistas. A ministra colombiana, María Angela Holguín, mencionou um diálogo "franco e direto", como propôs Santos no discurso de posse no sábado.

O chanceler venezuelano, Ni­­colás Maduro, disse que os presidentes receberão informes para que a reunião seja proveitosa. O encontro está marcado para o meio-dia, mas o local não foi in­­formado.

Farc

Enquanto os chanceleres discutiam em Bogotá, Chávez, em seu programa dominical de tevê, voltou a pedir que as Forças Arma­­das Revolucionárias da Colômbia (Farc) deixem as armas e abandonem a prática do sequestro.

No sábado, no discurso de posse, o presidente Santos enviou mensagem à guerrilha dizendo que não está fechado ao diálogo, mas insistiu que as condições para tal são as duas citadas pelo venezuelano, e ainda o fim da ligação do grupo com o narcotráfico.

A rápida articulação diplomática entre o novo governo colombiano e Caracas era esperada, dado o silêncio de Santos, ainda presidente eleito, diante das de­­núncias que o governo Álvaro Uribe levou à Organização dos Estados Ame­­ricanos (OEA) de que a Venezuela tolera a presença de chefes das Farc em seu território. Por conta delas, Chávez rompeu as relações diplomáticas com o país em julho.

Chávez também exaltou a boa vontade para discutir. No sábado, disse que estava disposto "a virar a página e olhar para o futuro".

Mas analistas são cautelosos quanto à solução rápida da crise. Em primeiro lugar porque, mesmo com Uribe, houve momentos de reaproximação e troca de elogios entre os mandatários dos países, e as diferenças sobre como abordar a questão da guerrilha persistem.

Há ainda outro fator: as relações bilaterais voltaram a se estremecer há um ano, não por conta das Farc, mas pela rejeição de Chávez ao acordo militar negociado pelo próprio Santos para que militares americanos usem bases na Colômbia.

EUA

Já o relacionamento de Chávez continua estremecido com os EUA. Ontem, ele anunciou que não aceitará como embaixador americano no país o nomeado pe­­lo governo Barack Obama, Larry Palmer.

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