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Nicolas Sarkozy e David Cameron foram recebidos como heróis na quinta-feira na Líbia, onde o envolvimento militar da França e da Grã-Bretanha foi decisivo para derrubar o regime de Muamar Kadafi. Eles prometeram ajuda ao novo governo do país, e em troca receberam o compromisso de que seus países serão favorecidos em futuros contratos empresariais.

Apenas três semanas depois da tomada de Trípoli pelos rebeldes, o presidente da França e o primeiro-ministro da Grã-Bretanha disseram também que seus países continuarão envolvidos na caçada a Kadafi, e que vão liberar verbas à nova administração líbia.

Também na quinta-feira, o Conselho Nacional de Transição (CNT) disse que suas forças invadiram Sirte, cidade natal de Kadafi e um dos seus últimos redutos. No entanto, os combatentes enfrentam uma feroz resistência de partidários do regime deposto, inclusive de franco-atiradores, segundo um porta-voz militar.

Em Benghazi, berço da revolução líbia, Sarkozy e Cameron foram recepcionados com entusiasmo na Praça da Liberdade, e precisaram gritar para conseguirem se fazer ouvir pelo público de centenas de pessoas. Como a visita só foi confirmada na última hora, muita gente na cidade nem sabia que eles estariam lá.

"É ótimo estar aqui na Benghazi livre e na Líbia livre", disse Cameron, rouco feito um astro do rock, por cima das palavras de ordem da multidão, protagonizando cenas que tanto Sarkozy quanto Cameron esperam que tenham enorme repercussão positiva em seus países.

O presidente francês, que disputa a reeleição em 2012, não escondia a satisfação ao ouvir os gritos de "Um, dois, três; obrigado Sarkozy!." Os dois governantes europeus, tendo entre eles o presidente do CNT, Mustafa Abdel Jalil, erguiam os braços como pugilistas após uma vitória.

"A França, a Grã-Bretanha e a Europa irão sempre estar ao lado do povo líbio", discursou Sarkozy, a quem muitos líbios são gratos por ter feito uma aposta decisiva - em março, apesar da hesitação dos EUA, ele pressionou a ONU a aprovar uma resolução que autorizou a Otan a bombardear as forças de Kadafi, então na iminência de esmagar a rebelião em Benghazi.

"A cidade de vocês foi uma inspiração ao mundo, ao derrubar um ditador e escolher a liberdade", disse Cameron, claramente satisfeito com a relativa segurança de Benghazi, que lhe permitiu falar ao ar livre depois da claustrofóbica passagem pela ainda tensa Trípoli.

"O coronel Kadafi disse que iria caçar vocês como ratos, mas vocês demonstraram a coragem de leões."

Em Trípoli, o primeiro-ministro interino da Líbia, Mahmoud Jibril, ressaltou na entrevista coletiva o "nosso agradecimento por essa posição histórica" assumida pela França e pela Grã-Bretanha ao iniciar uma guerra cujo resultado não parecia assegurado de antemão.

Sarkozy e Cameron prometeram também manter o apoio militar contra partidários de Kadafi que ainda controlam partes substanciais do território líbio, e também na caçada a membros do regime acusados de crimes contra a humanidade.

O presidente francês disse que discutiria o assunto com o governo do vizinho Níger, uma ex-colônia da França onde alguns membros do primeiro escalão de Kadafi e um dos filhos dele se refugiaram.

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