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Sarkozy diz que quer unir os franceses no "sonho" de uma república "fraternal"

O candidato convidou para um "debate de idéias" aquela com quem, no próximo dia 6, disputará o segundo turno do pleito, a socialista Ségolène Royal

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Pesquisa indica que Sarkozy ganhará segundo turno

O direitista deve vencer com 54 por cento dos votos, enquanto a socialista Ségolène Royal alcançará 46 por cento

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Com praticamente 100% dos votos apurados - falta apenas contabilizar os votos recebidos pelas embaixadas francesas no exterior, que só deverão ser divulgados nesta segunda -, a disputa do segundo turno da eleição presidencial da França está definida entre conservador Nicolas Sarkozy e a socialista Ségolènel Royal .

Apoiado pelo atual presidente Jacques Chirac, Sarkozy, candidato da União para um Movimento Popular (UMP), obteve 31,11% dos votos, contra 25,84% de Royal, representante do Partido Socialista. François Bayrou , do UDF, de centro, terminou com 18,55% da preferência do eleitorado, enquanto o candidato extremista da direita Jean-Marie Le Pen , da Frente Nacional, ficou com 10,51% dos votos. Os demais oito candidatos, juntos, não somaram mais de 14% dos votos válidos neste pleito, que teve presença maciça de eleitores - nada menos que 84,6% compareceram às urnas.

Diante do resultado, a França terá o duelo clássico entre esquerda e direita. Enquanto Sarkozy bateu recordes históricos, confirmando ser o político mais popular do país e deixando uma constatação, de que a França está dando uma guinada para a direita, do lado dos socialistas foi grande alívio. A esquerda se sentiu ameaçada com o surgimento meteórico nas sondagens do candidato centrista Bayrou, que, por outro lado, virou o homem-chave do segundo turno: é o seu eleitorado - que poderá se voltar para a esquerda ou da direita - que vai decidir o segundo turno.

Tão logo foi anunciada a participação de Ségolène no segundo turno, o quartel-general do PS explodiu numa enorme festa. Cerca de 2 mil pessoas gritavam na ruas "Ségolène, presidente". Como Coline Fernandez, alta funcionária de um banco, que foi a um bar ao lado da sede do partido participar da festa.

- Uma coisa posso lhe assegurar: não vou encontrar ninguém da diretoria do banco aqui... Eu sou a única de esquerda na equipe.

Não muito longe dali, era a festa da UMP. Com cinco pontos percentuais de vantagem sobre a socialista, Sarkozy teve um desempenho que só foi superado por Valery Giscard d'Estaing, em 1974 (32,6%). Nas contas do jornal francês "Le Monde", se incluídos todos os votos de centro-direita de Bayrou e da extrema-direita, a direita bateu recorde histórico. "É uma ilustração da virada à direita da sociedade, não apenas eleitoralmente, mas também no plano dos valores e das expectativas", concluiu o jornal.

Os partidários de Sarkozy gritavam "estamos na final". No discurso, Sarkozy disse que vai trabalhar além das divergências partidárias para reunir "todos os franceses" em torno de um novo projeto de sociedade. Ele desejou que a campanha do segundo turno seja "um debate de idéias".

- Quero unir todos os franceses em torno de um novo sonho de França - disse Sarkozy, que considerou a alta participação do eleitorado como o grande trunfo do primeiro turno.

Na sede do PS, ninguém parecia se importar com a grande vantagem da direita. O importante, diziam, é que Ségolène "passou". O PS enterrou finalmente ontem o trauma das eleições de 2002, quando o candidato socialista Lionel Jospin foi eliminado no $turno pelo líder de extrema-direita Jean-Marie Le Pen. Toda vestida de branco - sua marca registrada - Ségolène Royal declarou:

- A batalha começa esta noite! Não pertenço somente aos militantes socialistas, mas a toda a esquerda e aos ecologistas. Quero unir a maioria dos franceses que querem mudanças.

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