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O presidente da França, Nicolas Sarkozy, que neste sábado (28) completa 57 anos, vai falar aos franceses neste domingo (29) pela TV para abordar questões econômicas, mas como o discurso ocorre a três meses das Presidenciais, suas palavras terão conotação política.

Ao longo de 1h, a entrevista do chefe de Estado será transmitida simultaneamente por seis canais a partir das 20h10 (17h10 de Brasília), na qual apresentará as medidas decididas após a "cúpula de crise" de 18 de janeiro, que teve a participação dos sindicatos patronais e dos trabalhadores.

A principal e a mais polêmica medida é a do IVA, atualmente em 19,6%, e que como adiantou nesta semana o jornal "Le Figaro" será elevada em dois pontos para reduzir as cargas pagas pelas empresas francesas à Previdência Social e deixá-las mais competitivas.

Mas em uma semana em que a imprensa destacou a apresentação do programa do candidato socialista, François Hollande, favorito às eleições pelas últimas pesquisas, sua aparição é uma oportunidade para recuperar a presença midiática.

Sarkozy não anunciou ainda se vai ser pré-candidato ao pleito presidencial, mas uma pesquisa divulgada neste sábado pelo jornal "Sud-Ouest Dimanche" indica que nove em cada dez franceses dão por certo que ele vai tentar o segundo mandato.

"Le Figaro" acrescentou hoje que esse pronunciamento é "excepcional". É a primeira vez que um chefe de Estado leva ao limite de seu quinquênio a aplicação de reformas.

Na entrevista, como garante o secretário-geral do partido conservador UMP, Jean-François Copé, em declarações divulgadas neste sábado pelo "Libération", Sarkozy responderá ao programa socialista, considerado um "projeto à moda antiga".

Esse partido ratifica esta tarde seu plano para as presidenciais sem um candidato oficial anunciado, mas Copé deixou claro que a três meses das eleições "as tropas estão preparadas e mobilizadas em torno de Sarkozy".

O presidente do Conselho Superior do Audiovisual francês (CSA), Michel Boyon, advertiu que as declarações do presidente neste domingo serão analisadas "de maneira minuciosa" para identificar as relacionadas ao seu cargo de presidente e as que tenham conotação eleitoreira.

"Le Monde" destacou também hoje as críticas enviadas ao órgão regulador pelo deputado socialista Didier Mathus, que considera o pronunciamento "um confisco sem precedente dos canais de televisão, no horário de maior audiência e em período pré-eleitoral".

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